Ministro diz que corte é "contingenciamento"; senador responde: "sinônimo"
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, sustentou hoje, no Congresso, que a redução em 30% do orçamento das universidades públicas do país é um "contingenciamento", e não um "corte" de investimentos, e que a medida foi tomada devido à crise econômica. A resposta, no entanto, não agradou aos parlamentares da Comissão de Educação do Senado.
"Obrigado pelo sinônimo", retrucou o líder da minoria, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Os senadores também demonstraram irritação com a argumentação de Weintraub, que condicionou a retomada dos investimentos cortados no ensino superior à aprovação da reforma da Previdência.
Randolfe e o colega Jean-Paul Prates (PT-RN) disseram que a versão do ministro é uma "chantagem" com o Parlamento" e que o debate sobre "corte ou contingenciamento" é meramente retórico.
O chefe da pasta da Educação no governo Jair Bolsonaro (PSL) defendeu que "a [pasta da] Economia impôs esse contingenciamento diante da arrecadação mais fraca" e que o Executivo precisa cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que também foi contestado pelos parlamentares da comissão.
Congressistas sustentaram que os recursos já estavam previstos no orçamento das universidades e que a respectiva execução não colocaria em risco a saúde fiscal.
Posteriormente, Weintraub acabou cometendo um ato falho e se referiu à medida como "corte" ao questionar os motivos da resistência das universidades públicas e de setores da sociedade. "Não dá pra cortar em nada? É sacrossanto o orçamento?", perguntou o ministro. Segundo ele, uma universidade custaria em média R$ 1 bilhão.
"Está todo mundo no país apertando o cinto. Será que não dá para cortar em nada?", voltou a interpelar.
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