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Ministro da Educação diz que é contra cobrar mensalidade em universidades

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em Brasília

15/05/2019 19h28Atualizada em 15/05/2019 19h37

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse hoje ser contra a proposta de cobrar mensalidade nas universidades públicas. Weintraub participa de uma sessão no plenário da Câmara dos Deputados, convocado pelos parlamentares a prestar esclarecimentos sobre os bloqueios de verba na educação.

"Sou contra a cobrança da graduação nas universidades federais", afirmou. "Eu sou contra o aluno pagar graduação porque sei que a maioria é pobre e não consegue entrar", disse em resposta a um questionamento do deputado Emanuel Pinheiro (PTB-MT).

"Eu não quero mexer nisso, não está nas nossas propostas, porque a gente quer arejar", afirmou. Em seguida, sugeriu a possibilidade de as universidades serem patrocinadas por organizações, que passariam a ser vistas como "patronas" dessas instituições.

"A universidade [pode] ter um patrono, como lá fora. Por que uma organização como a rede Globo não pode ser patrono da UFF ou da UFRJ? Coloca lá, 'Campus Roberto Marinho'. É feio isso?", disse.

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Em seu discurso, Weintraub também direcionou críticas ao PT e responsabilizou o partido pelo bloqueio de verbas na área da educação. Ao citar números da educação brasileira nos últimos anos, Weintraub falou em "involução".

"Nós não somos responsáveis pelo contingenciamento atual. O orçamento atual foi feito pelo governo eleito de Dilma Rousseff e do Sr. Michel Temer, que era vice. Nós não votamos neles", disse. "Então, nós não somos responsáveis pelo contingenciamento atual. Nós não somos responsáveis absolutamente pelo desastre da educação básica brasileira".

O ministro ainda defendeu que os recursos recuperados de desvios na Petrobras sejam destinados para a educação.

Segundo ele, um acordo com a AGU (Advocacia Geral da União) e o Ministério Público está sendo costurado para que R$ 2,5 bilhões recuperados dos desvios na petroleira sejam destinados para a saúde e para a educação. "O dinheiro roubado está voltando, e ele pode servir de alívio", defendeu.

A sessão está prevista para terminar às 21h desta quarta.

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