Na Câmara, ministro ironiza deputados e ouve gritos de "demissão"
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, irritou parlamentares hoje ao dizer, ironicamente, que eles não sabiam o que é ter uma carteira de trabalho assinada. Weintraub participa nesta tarde de uma sessão no plenário da Câmara após convocação de deputados. Ele foi chamado pelos parlamentares para apresentar explicações sobre o congelamento de verbas na área da educação.
"Eu gostaria também de falar que eu fui bancário, carteira assinada, azulzinha, não sei se vocês conhecem", disse o ministro, ouvindo em seguida gritos de protesto dos deputados. "Trabalhei muito, pagava imposto sindical para valer. Trabalhei muito, recebi o ticketzinho", continuou, gesticulando para imitar o formato de um cartão com as mãos.
Deputados de oposição passaram então a gritar, pedindo a demissão do ministro. Eles também levantaram cartazes com dizeres contra os cortes na educação. O presidente da mesa, o deputado Marcos Pereira (PRB-SP), também demonstrou incômodo com a fala do ministro. Pereira disse que já teve a carteira assinada e se sentiu ofendido com a fala do ministro.
"Eu, como presidente da mesa, me senti ofendido", afirmou Pereira, que pediu então para que o ministro se ativesse aos temas levados a ele pelos deputados. No plenário, parlamentares endossaram a atitude de Pereira. "Boa, presidente!", gritou um deles.
Em sua fala, o ministro também acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ligar ao dono do banco Santander para "pedir a cabeça" de uma colega sua.
"O amigo do banqueiro, que tem o telefone do dono mundial do Santander, é o Lula", disse. "Hoje, ele está na cadeia". Deputados de oposição vaiaram a fala.
A convocação para dar explicações a deputados ocorre no mesmo dia em que uma série de manifestações acontecem em todo o país. Professores, estudantes e trabalhadores da educação participaram de protestos em defesa das universidades federais, da pesquisa científica e do investimento na educação básica. Entenda o que é verdade e o que ainda é ameaça sobre os cortes nas universidades.
Os maiores protestos começaram à tarde em São Paulo, em Curitiba e no Rio. Os atos reuniram pessoas de idades diversas, com crianças, jovens e idosos contra os cortes na educação. É o primeiro protesto nacional do governo Bolsonaro. (*Colaborou Marcela Leite, do UOL em São Paulo)
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