Em camisetas e cartazes, protesto no Rio defende educação, Lula e Marielle
Dezenas de manifestantes se reúnem em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio, em protesto contra os cortes na educação ordenados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). O ato foi organizado pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e se espalhou por dezenas de cidades de todo o país.
Bandeiras e balões de centrais sindicais --como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sinturperj (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro)-- são carregados por manifestantes. Uma barraca vende camisetas e broches do PT e do ex-presidente Lula, preso no contexto da Operação Lava Jato. Outra exibe camisetas em que a bandeiras da vereadora assassinada Marielle Franco se misturam à luta dos professores.
A estudante de enfermagem Kalyane Cristine Ferreira Gonçalves França, 19, fez duras críticas ao programa Future-se, que quer financiar parte do ensino nas universidades públicas e regulamentar a gestão das instituições com participações de OSs (Organizações Sociais). "Uma farsa", disse ela, que cursa graduação na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e vestia uma camiseta em apoio à universidade.
"Eu sou contra porque, além de ferir a autonomia da universidade pública, é o capitalismo. É um programa de mercantilizar as produções públicas da faculdade. Elas não vão mais girar em torno da demanda popular, mas do que o empresário pedir, do que quem financia pedir. Assim como estão fazendo com as organizações sociais na saúde", criticou a universitária.
O artista plástico Alex Frechetti, 41, empunhava um cartaz louvando o educador Paulo Freire, um dos alvos preferidos dos bolsonaristas. Ele disse que não está por dentro do programa Future-se, mas justificou sua participação no protesto. "Esse ataque às universidades e à escola pública é uma coisa acintosa que nós não podemos deixar passar", afirmou.
"Fiz o cartaz porque houve um processo muito violento de tirar o Paulo Freire de patrono da educação. Foi muito violento como tudo o que tem acontecido. Por isso ele deve ser reverenciado e exaltado."
A recepcionista Janduy Antônia Duarte Cabral, 53, vestia uma camiseta de apoio ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept, que vem revelando conversas entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, que na época era juiz da operação.
"A democracia está muito ameaçada com Bolsonaro e a prisão do Lula é extremamente política", afirmou ela. "Estou aqui pela democracia."
Ela estava acompanhada do marido, o funcionário público Gilmar Alves Cabral, 56. O casal conversou com a reportagem enquanto petiscava uma linguiça comprada nos ambulantes que circulavam pela concentração.
"Não concordo com a reforma da Previdência. Tudo o que aconteceu com a Lava Jato e ninguém toma uma atitude. O STF, como disse o Lula lá atrás, está acovardado. Agora é aguardar o julgamento para impedir o Moro e soltar o Lula", declarou ele, que vestia uma camiseta defendendo a soltura do ex-presidente.
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