Capes vai investir R$ 200 mi em bolsas de cursos "estratégicos" por região
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou hoje que irá investir R$ 200 milhões nos próximos quatro anos em bolsas de mestrado e doutorado de cursos que sejam considerados "estratégicos" segundo as prioridades de cada estado.
A iniciativa acontece em parceria com a Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa). Segundo o presidente da Capes, Anderson Correia, serão disponibilizadas 1.800 novas bolsas, com foco em programas de notas 3 e 4.
A avaliação dos programas varia em uma escala de 1 a 7. As notas 1 e 2 implicam o descredenciamento do curso pela Capes. Cursos que obtenham as notas 3 e 4 são considerados regulares, mas não de excelência em nível internacional, como acontece com os programas que atingem os conceitos 6 e 7.
"[A Capes] foca em excelência, mas não pode deixar de lado a mitigação de assimetrias", disse Correia. "Não podemos deixar de atender aqueles programas que estão em fase inicial e que, sem apoio, não conseguem ter uma musculatura para um dia chegarem à condição de programas internacionais", afirmou.
Para definição dos cursos a serem atendidos, cada estado ficará encarregado de elencar as áreas que querem priorizar. A partir dessa escolha, serão apontados pela Capes os programas de pós-graduação a serem atendidos.
Entre suas atividades, a Capes oferece bolsas de estudo para mestrado e doutorado, avalia programas de pós-graduação e fomenta projetos de pesquisa. O órgão é vinculado ao MEC (Ministério da Educação).
Como exemplo de cursos que podem ser considerados "estratégicos", Correia falou em áreas como energia, mobilidade, saúde, meio ambiente, gestão e agronegócio. Apesar de não citar temas da área de humanas, ele deixou a possibilidade em aberto e afirmou que "cada estado tem sua particularidade".
O presidente da Capes também falou em parcerias com a iniciativa privada, mas não deixou claro como elas funcionariam. Fazendo alusão às áreas mencionadas anteriormente, disse que a geração de patentes pode ser vista como uma forma de identificar quais cursos de pós-graduação estariam alcançando "mais resultados".
"Todo governador quer ver o investimento de pesquisa dando resultado direto, e isso se vê muito pelas empresas", disse.
Segundo ele, a Capes também negocia contrapartidas com as fundações estaduais, de acordo com o que cada estado julgar conveniente para as universidades. "Seja custeio, mobilidade, investimento ou outras modalidades de bolsa que a Capes não possua eventualmente", disse.
Correia declarou ainda que este é um "investimento grande", "compromisso que foi possível graças ao descontingenciamento que aconteceu nesta semana e também às propostas de elevação de orçamento da Capes para o ano que vem, que vêm tanto do Ministério da Economia quanto do Congresso".
Ao longo deste ano, a Capes chegou a anunciar o corte de 10 mil bolsas como reflexo dos bloqueios orçamentários no MEC.
A proposta orçamentária elaborada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) e encaminhada ao Congresso Nacional prevê um orçamento de R$ 2,20 bilhões para a Capes em 2020. O valor corresponde a cerca de metade do orçamento autorizado para o órgão em 2019, que foi de R$ 4,25 bilhões.
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