Fatia de universidades públicas com nota máxima é 4 vezes a de particulares
A parcela de instituições públicas de ensino superior com nota máxima no IGC (Índice Geral de Cursos), indicador de qualidade do MEC (Ministério da Educação), é quatro vezes a de instituições particulares com o mesmo desempenho.
Enquanto 6,1% das instituições municipais, estaduais e federais avaliadas pelo MEC atingiram o conceito máximo, esse percentual foi de 1,5% para as instituições privadas (com e sem fins lucrativos). O IGC tem uma escala que vai de 1 a 5, sendo 1 e 2 considerados desempenhos "insuficientes".
Os dados são de 2018 e foram divulgados hoje pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), autarquia do MEC que, entre outras atribuições, é responsável pelas avaliações e indicadores da educação superior.
Ao todo, 2.052 instituições de ensino superior foram avaliadas. Delas, 42 atingiram a nota máxima —o que corresponde a apenas 2%. A maior parte das universidades (63,6%) se concentra no conceito 3.
Em números absolutos, há mais instituições particulares (27) do que públicas (15) com conceito máximo. Mas como as privadas são mais numerosas, a proporção de públicas com nota 5 é superior.
Apesar de críticas, federais lideram
As instituições públicas de ensino superior, em especial as universidades federais, têm sido alvo frequente de ataques do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Os dados divulgados hoje mostram que, entre as 15 instituições públicas que alcançaram o conceito máximo, 13 são federais e 2 são estaduais.
Das 266 instituições que tiveram desempenho considerado insuficiente (conceito 1 ou 2), apenas 10 são públicas —sendo duas estaduais e oito municipais. Nenhuma delas é federal.
As demais 255 instituições com desempenho considerado ruim são particulares.
Em 2017, quando foram analisadas 2.056 instituições, 34 atingiram o conceito máximo.
Cerca de 10% dos cursos têm desempenho ruim
Além das instituições, o MEC avaliou também os cursos oferecidos no país em 2018 e afirma que somente 1,7% deles atingiu a nota máxima. Na outra ponta, 9,9% alcançaram os conceitos 1 ou 2, considerados insuficientes pelo MEC.
Em 2018, foram avaliados pelo Enade bacharelados de áreas como administração, ciências contábeis, direito e psicologia, além de cursos superiores de tecnologia de áreas como comércio exterior, design de interiores e logística.
Os cursos são classificados pelo CPC (Conceito Preliminar de Curso), que utiliza o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) combinado a informações como a qualificação do corpo docente.
Os indicadores
O IGC avalia a qualidade de instituições que oferecem cursos de graduação e pós-graduação.
Para o cálculo do IGC, é utilizada a média do CPC nos últimos três anos, além das notas dos programas de mestrado e doutorado a partir de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da distribuição dos alunos nos diferentes níveis de ensino -graduação, mestrado ou doutorado.
Tanto o IGC como o CPC são produzidos anualmente, sendo este último de acordo com o grupo de cursos avaliado pelo Enade naquele ano. A prova é aplicada em um esquema de rodízio anual entre três conjuntos de cursos.
Nem todas as instituições estaduais são obrigadas a se submeter ao Enade. Na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, a participação dos alunos nesse exame é facultativa. Por isso, essas universidades não aparecem no levantamento.
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