SP: 54% dos professores afirmam ter sofrido violência na escola, diz estudo
Em um ano, 54% dos professores da rede pública estadual de São Paulo disseram já ter sofrido pessoalmente algum tipo de violência dentro da escola. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em conjunto com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), divulgada hoje.
O número mostra uma tendência de crescimento nesses casos: em 2017, 51% dos professores disseram ter sofrido algum tipo de violência dentro das dependências da escola no último ano; em 2014, foram 44%.
Entre os professores que relataram ter sofrido algum tipo de violência, a agressão verbal é o caso mais frequente (48%), seguido por assédio moral (20%) e bullying (16%).
Outros 8% dos docentes disseram ter sido vítimas de furto ou roubo e 5% de agressão física. Na pesquisa, os professores podiam responder sim a mais de um tipo de violência.
Para o levantamento, intitulado "Qualidade da educação e violência - ouvindo a população e a comunidade escolar", foram ouvidos 701 professores e 1.000 estudantes da rede estadual.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 de setembro e 1º de outubro de 2019 e abrange os 12 meses anteriores. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao UOL, o secretário executivo da Educação de São Paulo, Haroldo Rocha, questionou os dados da pesquisa. Segundo Rocha, as escolas da rede pública estadual trabalham "permanentemente" os temas da violência e da indisciplina.
O secretário executivo afirmou ainda que a gestão do governador João Doria (PSDB) está implementando um programa de melhoria da convivência escolar, chamado de Conviva SP, em parceria com pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Segundo ele, o projeto envolve a realização de uma pesquisa com mais de 1 milhão de estudantes e 88 mil professores da rede sobre as relações dentro da escola. "Isso vai gerar um relatório individual para cada escola poder entender melhor o que está acontecendo e como melhorar", afirma.
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