Professores realizam protesto contra a volta às aulas presenciais em SP
Professores da rede pública estadual de São Paulo realizaram hoje um protesto contra a volta às aulas presenciais no estado, prevista para o dia 8 de setembro.
Os docentes também reivindicaram o pagamento de salário e auxílio emergencial aos professores eventuais da rede pública estadual, que são remunerados apenas pelas aulas dadas.
O protesto começou nos arredores do Estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo, e rumou ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A manifestação foi organizada pela Apeoesp (Sindicato do Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Para evitar aglomeração, a maioria dos professores permaneceu dentro de seus carros durante todo o trajeto. Segundo a Apeoesp, 260 veículos participaram da carreata.
Os carros tinham adesivos ou bandeiras com palavras de ordem como "em defesa da vida" e "salário e auxílio emergencial já".
Retorno às aulas presenciais
Em coletiva de imprensa no dia 17 de julho, o governador do estado, João Doria (PSDB), e seu secretário de Educação, Rossieli Soares, reafirmaram a previsão de volta às aulas presenciais na rede pública de ensino para o dia 8 de setembro.
A volta às atividades nas escolas, entretanto, depende de todo o estado estar na fase amarela do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus.
A presidente da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel (PT), justificou o ato dizendo que as escolas não têm estrutura para seguir o protocolo sugerido pelo governo estadual.
"Existem escolas inteiras precisando de reforma. Tem escola que não conta sequer com uma pia nos banheiros, e muito menos papel higiênico. Como falar em protocolo de segurança?", afirmou.
Doria vê 'viés político' em protesto
Em coletiva de imprensa realizada hoje, João Doria afirmou que o protesto dos professores possui "viés político e extremado" e disse que existe um "diálogo permanente" entre os docentes e o governo.
"A Apeoesp tem um viés político. Não é de hoje, é de muito tempo. Respeitamos, evidentemente, mas é um viés político e extremado", disse.
"Posso assegurar que a posição emanada aqui nesta manhã não é majoritária do professorado de São Paulo, é parcial", continuou.
Sobre a demanda do sindicado para que os professores temporários sejam pagos, Doria disse que não há a possibilidade de que isso aconteça.
"Não faz sentido que o dinheiro público seja utilizado para pagar quem não está trabalhando. E não é porque nós não desejamos: é porque as circunstâncias de uma pandemia não permitem", argumentou.
Secretaria diz que age com 'absoluto respeito'
Por meio de nota, a Secretaria de Educação do estado disse que "sempre agiu em absoluto respeito aos professores" e chamou a carreata organizada pela Apeoesp de "eleitoreira".
"A educação deve ir muito além das motivações eleitoreiras desta carreata, que é norteada por princípios políticos obscuros em meio a mortos por uma pandemia", afirmou.
No mesmo comunicado, a pasta disse que a retomada das aulas foi "adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas privadas" e "seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do coronavírus".
* Com informações d'O Estado de São Paulo
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