Antes de volta às aulas presenciais, SP terá descanso e atividades lúdicas
O governo de São Paulo apresentou hoje um calendário para a retomada das aulas presenciais nas escolas da rede pública estadual. A ideia é que a programação dos alunos comece a mudar já a partir da próxima semana, com uma semana de descanso. Sem conteúdo letivo, os alunos terão conteúdos lúdicos. Os professores terão folga.
Apesar da programação original, a Secretaria Estadual da Educação reforçou a obediência a parâmetros do Plano São Paulo, o plano de retomada de atividades sociais e econômicas no estado. Desta forma, os municípios terão autonomia para retardar a programação em caso de necessidades mais rígidas no combate à pandemia.
A resolução deve ser publicada pela pasta no dia 24. Em uma etapa inicial, na semana em questão, os alunos participarão de oficinas socioemocionais, com conteúdos como teatro, desenho, inglês, games, dança e atividades físicas. A programação é opcional.
O retorno conta com um calendário dividido em três etapas:
- 24 a 28 de agosto: semana de descanso, opcional, com conteúdo lúdico para estudantes
- 8 de setembro: reforço escolar, opcional, para escolas em regiões há 28 dias na fase amarela
- 7 de outubro: retorno às aulas presenciais, com limite de 35% dos alunos matriculados
"Na semana que vem, a rede estadual terá uma semana de descanso, desplugada. A gente tem visto também o estresse dos nossos profissionais, do nossos estudantes, das famílias em relação a isso", disse o secretário da Educação, Rossieli Soares.
"É importante dar esse espaço também. A tecnologia nos apoia muito, mas também pode absorver e virar algo negativo, então vamos ter a semana do descanso na semana que vem. Vamos ter conteúdos, mas não serão letivos. Serão conteúdos lúdicos", acrescentou.
Na sequência, a pasta prevê aulas de reforço opcionais, para que seja possível a volta às aulas presenciais a partir de 7 de outubro. Mesmo assim, segundo Rossieli Soares, as atividades estão sujeitas a diversas restrições.
"São as datas possíveis previstas neste momento para o retorno às aulas, que também terão atividades com limites, respeitando distanciamento, e logicamente observando o cumprimento de todas as condicionalidades", explicou.
Saúde mental
Rossieli destacou também a preocupação com o impacto da pandemia no psicológico de alunos e professores, e afirmou que, "a cada semana", a secretaria tenta implementar medidas referentes à questão. Em setembro, segundo ele, mais medidas devem ser anunciadas.
"A preocupação é muito grande em relação à saúde mental, tanto dos nossos profissionais quanto dos nossos estudantes. Isso já era uma preocupação antes da própria pandemia", afirmou.
Inquérito sorológico
De acordo com o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), o estado irá realizar "a partir dos próximos dias" um inquérito sorológico com alunos e professores da rede estadual.
"As secretarias de Saúde e Educação do governo do estado estão realizando toda a logística necessária para a realização de um amplo inquérito sorológico na rede estadual de educação", disse Garcia.
"Lembrando que esse inquérito acompanha a estatística necessária para que a informação da evolução da pandemia seja de alunos e professores, e possa nos dar clareza e informação necessária para a preparação da rede para a volta às aulas de mais de 3,5 milhões de estudantes e de mais de 240 mil professores da área da educação."
Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, o inquérito sorológico será feito em todas as regiões do estado, "o que vai permitir se avaliar o quanto o vírus circulou ou circula em cada uma das regiões".
O secretário de educação declarou que escolas privadas e públicas vão voltar às aulas presenciais na mesma data. Nesta semana, o sindicato de escolas particulares entrou na Justiça para um retorno imediato.
"Se o estado realmente conseguir voltar [no dia 7 de outubro], o retorno será tanto para rede pública quanto privada. Não haverá isso de autorização somente para uma, a regra vale para todos", declarou Rossieli.
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