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Após derrota no STF, fundador do Escola Sem Partido diz que deixa movimento

Advogado Miguel Nagib anuncia sua saída do Escola Sem Partido - Alex de Jesus/O Tempo
Advogado Miguel Nagib anuncia sua saída do Escola Sem Partido Imagem: Alex de Jesus/O Tempo

Do UOL, em São Paulo

22/08/2020 15h24

O advogado Miguel Nagib, fundador do Escola Sem Partido, anunciou hoje o fim de sua participação no movimento. Segundo Nagib, os canais administrados por ele também terão as atividades encerradas.

"Anuncio com tristeza o fim da minha participação no Movimento Escola sem Partido. Cessa, a partir de hoje, a atividade dos canais do ESP sob minha responsabilidade", escreveu o advogado em um anúncio publicado nas redes sociais.

O anúncio acontece um dia após o STF (Supremo Tribunal Federal) considerar inconstitucional uma lei estadual de Alagoas inspirada no Escola Sem Partido. Batizada de "Escola Livre", a legislação alagoana proíbe a "prática de doutrinação política e ideológica" em sala de aula e afirma ser um direito dos pais que seus filhos recebam uma "educação moral livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica".

Uma notícia sobre a decisão do STF foi compartilhada ontem pelo perfil do Escola Sem Partido junto a um texto com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já defendeu ideias ligadas ao movimento.

"Bolsonaro deve estar satisfeito. Afinal, esse tribunal espúrio, vergonha da nação, inimigo das famílias, acabou dando a ele a desculpa perfeita para abandonar de vez a promessa de combater a doutrinação e a ideologia de gênero nas escolas", diz o texto.

Criado em 2004, o Escola Sem Partido defende o combate a uma suposta "doutrinação" política e ideológica nas escolas. O movimento é contestado por professores e acadêmicos, que dizem se tratar de perseguição aos docentes.

Nagib já havia anunciado a suspensão das atividades do Escola Sem Partido em julho de 2019, seis meses depois da posse do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

À época, em entrevista ao jornal "O Globo", o advogado lamentou o que classificou de falta de apoio político por parte de Bolsonaro e disse que não tinha recursos para continuar tocando o projeto. Pouco depois, no entanto, Nagib retomou as atividades do movimento.