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Operação prende nove pessoas suspeitas de fraudar vestibular de medicina

Mais de R$ 5 milhões foram movimentados pela quadrilha, segundo a polícia - Getty Images/iStockphoto
Mais de R$ 5 milhões foram movimentados pela quadrilha, segundo a polícia Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para UOL, em João Pessoa

02/09/2020 18h14

Nove mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos hoje, durante a segunda fase da operação Asclépio, realizada pela Polícia Civil nos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Minas Gerais. A operação investiga esquema de venda de vagas em cursos de medicina em várias instituições, com cobrança de até R$ 120 mil por vaga. Eles foram presos temporariamente por cinco dias.

Entre os presos estão quatro pessoas que seriam os "pilotos", responsáveis pela realização das provas no lugar dos interessados. Os "pilotos" foram presos em São Paulo, Ribeirão Preto (SP), Mossoró (RN) e em Campina Grande (PB).

A jovem presa em Campina Grande, que tem 23 anos e é estudante do sétimo período de medicina, é suspeita de ter feito a prova no lugar de 15 pessoas, segundo a polícia. A pessoa presa em Mossoró é um médico de 27 anos que atua como clínico geral.

R$ 5 milhões movimentados

De acordo com a Polícia Civil da Paraíba, a estudante presa em Campina Grande realizou provas em 11 estados, sempre se passando por terceiros que tinha interesse em ingressar em um curso de medicina. Mais de R$ 5 milhões foram movimentados pela quadrilha. Na casa da estudante foram encontrados documentos que comprovam que ela participou de vários certames. A estudante confessou a participação no esquema, segundo a polícia.

Foram presos ainda uma pessoa que atuava como captador, em Ribeirão Preto, que tinha a missão de fazer contato com os interessados na vaga, iniciando o esquema criminoso. Em Natal (RN) outras quatro pessoas foram presas, sendo o suspeito de ser o mentor do grupo criminoso, a mulher dele e, ainda, dois "pilotos".

A primeira fase da operação foi realizada em abril de 2019. As investigações foram iniciadas por denúncia de uma faculdade privada que procurou a polícia por desconfiar da identidade de cinco candidatos inscritos para realização de provas para ingresso no curso de medicina.