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81% dos paulistanos são contra volta às aulas presenciais, diz pesquisa

A volta às salas de aula em São Paulo é prevista para outubro - iStock
A volta às salas de aula em São Paulo é prevista para outubro Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

10/09/2020 13h33

Uma pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope apontou que a maior parte dos moradores da cidade de São Paulo ainda são contra a volta às aulas, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Os números da pesquisa "Viver em São Paulo: Especial Pandemia — Parte 4" aponta que 81%, ou 8 em cada 10 internautas paulistanos, consideram inadequada a retomada das aulas presenciais nas creches e escolas da cidade de São Paulo ainda este ano.

Questionados sobre a retomada das aulas presenciais em creches e escolas da cidade de São Paulo, 81% dos participantes consideraram uma medida inadequada. Já 15% responderam que concordam com o retorno.

Entre os motivos mais citados contra a volta às aulas presenciais estão o risco à saúde dos estudantes, professores e outros profissionais da área — 28% das menções — e as dificuldades de se manter distanciamento social entre crianças pequenas (23%). 82% dos respondentes acreditam que a contaminação pelo coronavírus vai aumentar caso haja uma retomada agora.

Para quem é a favor do retorno, foram citados motivos como: "se praticamente todos os setores já retornaram às atividades, as escolas também podem" (17%); "é preciso retomar a normalidade, preservando a saúde mental das crianças" (16%); e escolas fechadas prejudicam os mais pobres e aumentam a desigualdade entre os alunos de escolas públicas e particulares (14%).

Desigualdade

A pesquisa apontou uma preocupação com o aumento da desigualdade, com 55% dos participantes considerando que este é o maior problema com a paralisação das escolas, uma vez que os estudantes de famílias mais vulneráveis não tiveram acesso ao ensino remoto. Também foram citados a piora no aprendizado (44%) e a evasão escolar (36%).

Os números ainda mostraram que 47% dos respondentes consideraram adequado o método de ensino à distância em tempos de pandemia, com 42% discordando disso. O maior problema relatado foi a dificuldade de manter filhos concentrados, citado por 48%, seguido por problemas com a internet (33%).

Entre outras questões levantadas pela pesquisa, estão:

  • 91% consideram que o "investimento em ciência é importante para melhorar, no futuro, as respostas da sociedade a crises como a atual"
  • 89% acreditam que a cultura e o entretenimento são grandes aliados para manter a saúde mental na pandemia
  • 77% creem que a pandemia "ajudou a aumentar a precarização do trabalho (trabalho sem carteira assinada, sem garantias, com jornadas muito longas, etc.)"
  • 42% acreditam que a pandemia "vai prejudicar a campanha eleitoral deste ano e por isso vai ser mais difícil escolher um candidato para prefeito".