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Prefeitura de SP fica abaixo de meta para testar professores para covid

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Imagem: iStock

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

16/04/2021 14h38

Pela segunda vez, a gestão de Bruno Covas (PSDB-SP) ficou abaixo de sua meta na testagem de profissionais de educação na capital paulista.

Na semana passada, a Secretaria Municipal de Educação informou que tinha a expectativa de testar 140 mil profissionais entre 5 e 8 de abril. No entanto, segundo informou a pasta, apenas 51.452 amostras foram coletadas, o que equivaleria a 37% do esperado.

Questionada pelo UOL sobre a baixa adesão, já que a testagem era opcional, a secretaria informou que o número de 140 mil se referia ao total de profissionais, não à expectativa da prefeitura para a ação.

Além disso, a pasta disse ter feito uma divisão dos profissionais. "A primeira fase foi realizada entre 5 e 8 de abril, previa 73.600 profissionais testados e foram coletadas 51.452 amostras (70% do previsto). A segunda fase prevê testar 52.227 profissionais", disse em nota. Ainda ficaram de fora 14 mil pessoas, que a secretaria não explicou por que não seriam examinados.

A divisão foi feita depois do anúncio na semana passada, já que, em nota enviada ao UOL, a prefeitura havia informado que a expectativa da ação era testar 140 mil profissionais nesse período.

No ano passado, dez dias após o início de sua campanha à reeleição, Covas prometeu a testagem de covid-19 para categoria e alunos. Entretanto, os testes foram interrompidos em dezembro após atingir apenas 17,7% da meta. Na época, a justificativa foi a readequação do calendário de retorno às aulas.

Desta vez, o público-alvo eram professores, gestores, auxiliares, merendeiras, motoristas das vans escolares e equipes do serviço de limpeza. Profissionais da rede parceira, que incluem as creches conveniadas, não participaram da primeira fase de testes, segundo a prefeitura.

A baixa adesão não foi o principal problema da testagem feita pela gestão tucana em 2021. Professores e sindicatos reclamaram de aglomerações e filas nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), onde acontecia a medida, e criticaram o uso do teste sorológico.

Médicos epidemiologistas ouvidos pela reportagem explicaram que o teste sorológico, que informa os anticorpos contra o vírus, nem sempre oferece os resultados mais acertados.

"Ter a imunoglobulina não significa ter proteção, pois depende da presença de anticorpos neutralizantes ou da defesa celular", disse a doutora em ciências da saúde e professora adjunta de saúde coletiva da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Maria Aparecida Patroclo.

Por telefone, a Secretaria Municipal da Saúde disse não ter todos os resultados das amostras, que o estudo está em andamento e será divulgado oportunamente.