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Jovem é aprovada em 4 universidades dos EUA e corre risco de perder vaga

Maria Júlia Castro, de 17 anos, quer estudar nos EUA - Arquivo Pessoal
Maria Júlia Castro, de 17 anos, quer estudar nos EUA Imagem: Arquivo Pessoal

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL

07/05/2021 14h08Atualizada em 07/05/2021 14h08

A adolescente goiana Maria Júlia da Silveira Castro, de 17 anos, está correndo contra o tempo para realizar o sonho de estudar no exterior. Ela foi aprovada em quatro universidades norte-americanas, entre dezembro de 2020 e abril deste ano, com bolsa que cobre 80% dos custos. Agora, ela precisa arrecadar o restante até junho para conquistar o visto de estudante e não perder a vaga.

Ao todo, a adolescente se inscreveu em dez universidades. Foi recusada em quatro e ficou na lista de espera em outras duas. Ela teve aprovação na Minerva Schools, na Califórnia; na Davidson College, na Carolina do Norte; na University of Notre Dame, em Indiana; e na University of Winsconsin, em Winsconsin.

A jovem optou por Minerva Schools em razão da pluralidade cultural que encontrará na universidade, composta por 80% de alunos de fora dos Estados Unidos. A adolescente deverá cursar a Faculdade de Ciências Sociais, com pretensão de ter o diploma de Direito ou Relações Internacionais.

"Minerva traz uma experiência muito plural e nunca na minha vida teria essa chance de passar quatro anos, estudando com gente de dezenas de países diferentes. Quero me tornar uma profissional que pensa em soluções a serem implementadas no Brasil e acredito que, para pensar isso, a pessoa deve ter uma ampla visão de como resolver os problemas", explica.

Ela pretende fazer a graduação nos Estados Unidos e, após a conclusão do curso, retornar o Brasil. "Quero ajudar o país com políticas públicas", diz.

A mãe da estudante está desempregada e o pai trabalha no ramo de hotelaria, mas teve o empreendimento afetado em razão da pandemia. Para ajudar na realização do sonho, a jovem criou uma vaquinha online com o intuito de arrecadar os recursos destinados a mobilidade, estadia, alimentação e demais custos acadêmicos.

"Minha mãe é estudante e não trabalha. Como meu pai atua no ramo de hotelaria, o ano passado foi muito difícil por causa da pandemia, pois passou parte do tempo fechado e depois abriu sem a totalidade do espaço. Nossas economias estão em jogo, estamos vendendo o que podemos e mesmo assim ainda faltarão recursos", comentou.

Maria Júlia faz vaquinha para arrecadar recursos e estudar nos EUA - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Maria Júlia faz vaquinha para arrecadar recursos e estudar nos EUA
Imagem: Arquivo Pessoal

Quanto custa o sonho

A adolescente quer arrecadar R$ 51.308. Segundo a estudante, o custo anual da faculdade é de cerca de 27 mil dólares (R$ 140 mil). A bolsa recebida por ela consegue abranger 80%, que dá 22 mil dólares (R$ 114 mil).

Ainda resta arrecadar 8.460 dólares, o equivalente a R$ 48.222. Dependendo do valor das doações, a estudante ainda se disponibiliza a dar aulas de inglês para os que colaboram.

Com o dinheiro, Maria Júlia diz que terá o suficiente para o primeiro dos quatro anos de curso. O restante da graduação a jovem pretende bancar trabalhando nos Estados Unidos.

A adolescente conta que se não conseguir comprovar até junho que possui a quantia para o primeiro ano de graduação, não conseguirá o visto de estudante, o que a impedirá de cursar a graduação. No Brasil, ela passou em Direito na UFG (Universidade Federal de Goiás), mas optou pela oportunidade nos Estados Unidos.

"Eu preciso comprovar que tenho dinheiro para poder tirar o visto, caso contrário, eu não consigo os documentos necessários", diz.

Trajetória de sucesso

Com o sucesso escolar, Maria Júlia ganhou uma bolsa parcial na escola COPE, de Goiânia. Ela cursava dois modelos de ensino médio ao mesmo tempo: o brasileiro pela manhã e o norte-americano ao longo da tarde.

Ao longo da vida escolar, adolescente recebeu premiações nas olimpíadas brasileiras de Robótica e na de Astronomia.

Maria Júlia também teve auxílio do "Prep Estudar Fora", da Fundação Estudar, um preparatório gratuito que oferece orientação para quem deseja estudar no exterior.

"Percebemos o enorme talento com características de empreendedorismo, tanto que ela foi aprovada para bolsas para cursar dois ensinos médios, tendo hoje uma dupla certificação. Ela é extremamente inteligente e dedicada", elogiou Cristiano Siqueira, um dos professores e diretor do grupo educacional.