Covid: SP não exigirá vacina de crianças na volta às aulas, diz secretário
O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou hoje que as escolas paulistas não vão exigir que crianças estejam vacinadas contra a covid-19 para voltarem às aulas presenciais. Segundo o médico infectologista, a vacina é apenas um "dado adicional" de proteção, uma vez que os profissionais e servidores da educação já foram imunizados e as escolas são, em tese, ambientes mais seguros.
"Nós não condicionamos a volta às aulas ao processo vacinal [contra a covid-19], até porque todos os professores, toda a parte burocrática, que cuida da parte da administrativa das escolas, está devidamente imunizada", explicou Gorinchteyn em entrevista à CNN Brasil.
As escolas são cenários de proteção, já que têm distanciamento, distribuição de álcool em gel, obrigatoriedade de uso de máscara e inibição do acesso de qualquer criança ou servidor que apresente mínimos sintomas de resfriado ou covid. A vacinação é um dado a mais [de proteção], um dado adicional.
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde
Ele ainda afirmou que a orientação no estado é priorizar as crianças com comorbidades, como recomenda o Ministério da Saúde, "porque essas, sim, têm risco de desenvolver formas graves e fatais" da covid-19.
"Um questionamento feito pelo Instituto Seade, a pedido do governo de São Paulo, sobre a adesão dos pais para a vacinação de seus filhos mostrou que nós temos 86% na Grande São Paulo e 84% no estado de São Paulo de pessoas que vão vacinar seus filhos. [A expectativa é de] Uma adesão bastante significativa", acrescentou o secretário.
Especificamente na cidade de São Paulo, a vacinação de crianças deve começar na próxima segunda-feira (17), segundo anunciou o prefeito Ricardo Nunes (MDB). As doses pediátricas da Pfizer, a única aprovada para uso infantil, já chegaram ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), e serão distribuídas aos municípios nos próximos dias.
Na capital paulista, porém, a campanha seguirá o critério por idade — das crianças mais velhas para as mais novas —, e não por comorbidade.
Expectativa pela CoronaVac
Jean Gorinchteyn também questionou o quantitativo de 248 mil doses da Pfizer reservado pelo Ministério da Saúde ao estado de São Paulo, considerado "muito pequeno" e insuficiente para agilizar a campanha de vacinação infantil. Mas o secretário disse ter esperança na liberação da CoronaVac, cujo pedido para uso emergencial está sendo avaliado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Mais cedo, técnicos da Anvisa se reuniram com representantes do Instituto Butantan, pesquisadores do Chile — onde a vacina já é utilizada em crianças — e infectologistas para analisar dados de estudos feitos no país vizinho. A decisão final, porém, ainda não tem data para ser divulgada.
"Se isso [liberação da CoronaVac] acontecer, nós temos a possibilidade de lançar mão de 12 milhões de doses da vacina. Lembrando: são necessários 4,3 milhões [de doses] para nós imunizarmos essa população, e temos capacidade de vacinar 250 mil crianças por dia. Se isso acontecer, muito provavelmente até o início de fevereiro nós teremos protegido as nossas crianças", disse Gorinchteyn.
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