Topo

Sem citar covid, 2ª fase da Fuvest aborda crise hídrica e Fundação Palmares

16.01.2022 - Prova da 2ª fase da Fuvest 2022 foi aplicada ontem e hoje para mais de 30 mil estudantes - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
16.01.2022 - Prova da 2ª fase da Fuvest 2022 foi aplicada ontem e hoje para mais de 30 mil estudantes Imagem: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

17/01/2022 20h48Atualizada em 17/01/2022 20h48

O último dia da segunda fase da Fuvest 2022, vestibular que dá acesso às vagas da USP (Universidade de São Paulo), foi avaliado por professores como atual, com perguntas criativas, mas "sem grandes surpresas". A avaliação não trouxe questões a respeito da pandemia do coronavírus.

Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a prova trouxe conceitos contemporâneos. "O aluno precisou resolver as questões com o conhecimento de diferentes disciplinas, aplicando o conhecimento de sala de aula em questões super bem boladas", disse.

O UOL corrige as provas em parceria com o Objetivo (veja aqui).

Na parte de biologia, em que o tema da pandemia não entrou, os alunos precisaram responder questões com gráficos e tabelas — itens típicos da segunda fase. Guilherme Francisco, professor da disciplina no Objetivo, disse ainda que foram abordados temas clássicos como fisiologia animal, coração, além de ecologia e poluição.

Para o professor André Bourg, do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas, a prova foi "relativamente mais fácil" do que a do ano passado. "Não foi abordada nenhuma questão polêmica, os assuntos foram distribuídos em variadas áreas da biologia, não contemplando genética ou biotecnologia tendo em vista a importância desses temas na atualidade", analisa.

Segundo a Fuvest, 7,9% dos aprovados para essa fase do vestibular faltaram. No primeiro dia, a taxa de abstenção também ficou em 7%.

A Fuvest abriu mão de trabalhar a questão da pandemia, vacinação e outros assuntos correlacionados. São assuntos em evidência e recentes, que ficaram de fora. Contudo, a prova foi contextualizada e ainda assim atual em outros aspectos. O nível de dificuldade foi, de forma geral, semelhante aos anos anteriores."
Daniel Cecílio, diretor pedagógico do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas

História e Geografia

Na avaliação do professor Felipe da Costa Mello, do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas, a parte de história da prova seguiu a tradição do vestibular em "trazer questionamentos de temáticas atuais, com cobrança abrangente de conteúdos e que proporciona boa seleção de candidatos".

Os alunos precisaram responder entres as questões como a temática feminina, Fundação Palmares e linguagem de propaganda. O professor do Objetivo, Ricardo Di Carlo, disse que a prova dialogou com as mudanças do Novo Ensino Médio, além de trazer assuntos que estiveram mais em alta como o movimento negro.

As questões de geografia também se mantiveram atuais, ligadas ao cotidiano do aluno do nível nacional e internacional. "Um aluno que se preparou e se debruçou nos conceitos de geografia estava bem preparado", afirma o professor Eduardo Britto, do Objetivo.

Matemática

Para os alunos que responderam as perguntas de matemáticas, temas que não surgiram na primeira fase apareceram na segunda como geometria analítica e exercício de sequência. "Três questões boas, exequíveis, que o aluno está habituado a estudar e outras três bem difíceis", analisa o professor Marcelo da Silva Melo, do Objetivo.

Já para o professor Rodrigo do Carmo, do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas (SP), faltou abordar o tema de geometria plana. "Posso afirmar que estava no mesmo nível do ano passado. Não tivemos questão contextualizada", disse.

Física e química

Sem cálculos complicados e com questões originais. Dessa forma, o professor Ricardo Helou Doca, do Objetivo, resume a prova de física. Os alunos tiveram de responder perguntas sobre eletrostática — sem grandes originalidades, em sua avaliação —, ondulatória e mecânica.

"A distribuição dos assuntos não privilegiou tanto a mecânica como costuma acontecer e deixou de fora a óptica geométrica, mas abordou a eletrostática em duas questões diferentes (o que é pouco comum)", explica Rodrigo Araújo, professor de física do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas.

Em relação à parte de química, principais assuntos esperados para a segunda fase como estequiometria, concentração, equilíbrio químico, eletroquímica e isomeria foram abordados.

"Ficou ausente da prova o assunto de reações orgânicas, muito característico desta etapa da Fuvest e, normalmente, na forma de uma questão difícil", avalia Renan Pimentel, professor da disciplina na Oficina do Estudante de Campinas.

Para o professor Filippo Fogaccia, do Objetivo, a prova privilegiou o aluno que conseguiu interpretar o texto e usar as informações dele com conceitos previamente estudados.