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Joel Pinheiro: MEC criava fumaça ideológica para esconder corrupção

Do UOL, em São Paulo

05/04/2022 13h38

Para Joel Pinheiro, economista e comentarista do UOL News, as polêmicas ideológicas que sempre envolveram o MEC (Ministério da Educação) eram distrações para esconder os esquemas de corrupção na pasta.

Essa semana veio à tona o caso da suspeita de superfaturamento na compra de ônibus escolares pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão vinculado ao Ministério da Educação.

Ele se juntou a outra denúncia recente envolvendo a pasta. Milton Ribeiro deixou o cargo justamente porque a pasta foi alvo de denúncias de que pastores evangélicos sem cargo no ministério estariam cobrando propina de prefeitos para facilitar alocação de recursos para a educação.

Cria-se uma fumaça ideológica, um show de circo ideológico de um lado, para ao mesmo tempo, enquanto uma parte da opinião pública presta atenção nesse barulhinho, nesse chocalho, a corrupção está correndo solta.
Joel Pinheiro, economista e comentarista do UOL News

Joel se referia a polêmicas envolvendo questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ou conteúdos de livros didáticos, por exemplo. Todos os ministros que estiveram à frente do MEC questionaram em algum momento ensino de educação sexual e outras pautas que consideraram ser "contra a família".

"É o uso ideológico da fé e da crença de milhões de pessoas. O uso ideológico e distorcido da fé para mascarar o que no fundo são interesses corruptos do próprio bolsonarismo", disse.

Joel Pinheiro afirmou que acredita que o próprio Milton Ribeiro nem estivesse envolvido diretamente nos esquemas, mas disse que ele permitiu que isso "corresse solto". Para Joel, Milton Ribeiro foi um "completo inútil" à frente da pasta.

"O que ele fez como ministro da Educação? O que ele fez de concreto? De concreto pra educação brasileira, foi inútil. Ele falou algumas besteiras e olhe lá", opinou. "Isso é o que a gente lembra da atuação dele de ministro, um completo inútil, não fazendo nada de relevante no ministério", completou.