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Colmeia Mágica: Diretora se entrega à polícia após denúncia de maus-tratos

Irmã de Roberta Regina, diretora da Colmeia Mágica, já havia sido presa em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo - Reprodução/Redes sociais
Irmã de Roberta Regina, diretora da Colmeia Mágica, já havia sido presa em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo Imagem: Reprodução/Redes sociais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/04/2022 10h16

Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, 41, diretora da Colmeia Mágica, escola particular de ensino infantil localizada na zona leste de São Paulo, se entregou na noite de ontem à Polícia Civil do estado.

A Colmeia Mágica é investigada desde março por suspeitas de maus-tratos contra crianças, após uma série de vídeos gravados na unidade mostrarem bebês chorando enquanto estavam amarrados com lençóis a cadeiras, inclusive dentro de um banheiro.

No mesmo mês, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou a prisão preventiva de Roberta Regina, mas a diretora estava foragida desde então.

Na decisão emitida pela Justiça, foi apontado que Roberta Regina não era vista nem na residência em que vivia, e nem na escola, desde 12 de março. A Colmeia Mágica está com os portões fechados desde o dia 14 do mês passado.

A diretora se apresentou às autoridades, ao lado dos advogados, em Itaquaquecetuba, município localizado na região leste da Grande São Paulo, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública. "A captura foi formalizada e a presa permaneceu à disposição da Justiça", completou.

Irmã de Roberta Regina e sócia na administração da Colmeia Mágica, Fernanda Carolina Rossi Serme, 37, foi presa na última segunda-feira (25), em Mogi das Cruzes, município vizinho a Itaquaquecetuba. Também pesava contra ela um mandado emitido pela Justiça.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram crianças amarradas dentro de um banheiro na escola Colmeia Mágica - Reprodução/Redes sociais - Reprodução/Redes sociais
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram crianças amarradas dentro de um banheiro na escola Colmeia Mágica
Imagem: Reprodução/Redes sociais

A Colmeia Mágica já havia sido alvo de uma outra investigação, quando, em 2010, um bebê de três meses morreu após passar mal na unidade. O caso, porém, foi arquivado.

Em março, o UOL ouviu de mães e funcionários que a maior parte da equipe que operava a escola era formada por familiares da diretora Roberta Regina.

Outros relatos colhidos também deram conta de que os pais eram impedidos de ter contato direto com os professores e que o procedimento de "enrolar" as crianças — que muitas vezes eram levadas para salas escuras — era realizado sempre que elas começavam a chorar.

"Quando eu via alguma criança chorando, ficava desesperada para ela não chorar. Se a diretora ouvisse, eu ia tomar bronca e ela ia pegar a criança", disse, em condição de anonimato, uma ex-professora da unidade, que também relatou não poder utilizar o celular na unidade.

Em 13 de março, a escola enviou aos pais e responsáveis de crianças matriculadas na unidade um comunicado dizendo que as acusações feitas contra a Colmeia Mágica eram "infundadas e absurdas".

"Temos a certeza que após as investigações, tudo será esclarecido e, havendo culpados, estes serão processados, assim como outros que levantaram calúnias, difamações e injúrias contra a escola e seus colaboradores", acrescentou.