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Antes de recuo do MEC, Bolsonaro disse 'não faltar nada' em universidades

O recente bloqueio nas verbas da educação aconteceu dois dias antes do primeiro turno das eleições - REUTERS
O recente bloqueio nas verbas da educação aconteceu dois dias antes do primeiro turno das eleições Imagem: REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

07/10/2022 16h34

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, negou corte no orçamento das universidades e institutos federais —o pronunciamento foi feito antes do recuo do MEC (Ministério da Educação) sobre o assunto. Em coletiva no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo também criticou a "militância" nos espaços de estudo.

"Não está faltando nada agora, é mentira", disse o presidente. "Nós sabemos que nas faculdades a militância é enorme. Qualquer negocinho é um carnaval lá contra a minha pessoa", completou.

O ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou hoje em um vídeo publicado em seu Instagram que recuou da decisão de bloquear a verba de R$ 2,4 bilhões da pasta, que impactaria universidades e institutos federais. A decisão acontece um dia após forte pressão de reitores e estudantes, a exemplo de manifestação feita nas ruas de Salvador.

O recente bloqueio nas verbas da educação aconteceu dois dias antes do primeiro turno das eleições. O bloqueio foi assinado pelo Ministério da Economia e por Bolsonaro. Godoy afirma que conversou com Guedes antes de anunciar a decisão de hoje.

Ontem, tanto o ministro da Educação quanto o presidente haviam negado o bloqueio financeiro. "Não é corte, chama-se contingenciamento. O que foi adiado é uma pequena parcela. O orçamento para Educação é quase R$ 1 bilhão, superou o do ano passado", falou Bolsonaro,

Na comparação com os últimos dez anos, o orçamento previsto para 2023, considerando o corte que havia sido feito antes do primeiro turno, só não seria menor do que o de 2021 —que ficou em R$ 2,08 bilhões com a correção pelo IPCA.

Críticas a Moraes. Além do tema da verba de Educação, Bolsonaro utilizou a coletiva para renovar seus ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Aos gritos, o presidente acusou Moraes de cometer crimes: "O meu ajudante de ordem, em especial o Cid, é um cara de confiança meu".

A frase se refere à publicação de uma reportagem da Folha de S.Paulo sobre mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular de um assessor do presidente, que teria renovado suspeitas a respeito das movimentações financeiras da família, em especial de Michelle Bolsonaro. A quebra de sigilo bancário do assessor foi autorizada por Moraes, a pedido dos investigadores. Segundo a reportagem da Folha, o material obtido pela Polícia Federal indica que dinheiro do gabinete presidencial foi movimentado para pagar contas pessoais do clã Bolsonaro e da primeira-dama.

"Ele vê as contas particulares da primeira-dama e fala 'ó, movimentações atípicas'. Alexandre de Moraes mostre o valor das movimentações, tenha caráter", continuou o presidente, afirmando que o ministro tenta desgastar sua candidatura.

Tentativa de voto nordestino. Em movimento para conquistar votos no Nordeste, o presidente afirmou que a dificuldade na região se deve a "narrativas" criadas pela oposição. "Acredito que agora, por ocasião desse segundo turno, e os debates são apenas duas pessoas apenas, eu pretendo muito mais focar em realizações", disse, minimizando ações de governos petistas voltadas para a região.

*Com informações da Agência Estado