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Lula diz que MEC vai mudar a reforma do ensino médio

Lula e Camilo em encontro com reitores federais no Palácio do Planalto -  REUTERS/Adriano Machado
Lula e Camilo em encontro com reitores federais no Palácio do Planalto Imagem: REUTERS/Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo e Brasília

21/03/2023 14h08

O presidente Lula (PT) afirmou hoje que o ministro da Educação, Camilo Santana, vai mudar a reforma do ensino médio, o chamado "novo ensino médio", após debater com a sociedade civil.

O que ele disse?

  • Em entrevista, Lula afirmou que está acompanhando as críticas à mudança e que o assunto será debatido com educadores e estudantes. "Não vai ser do jeito que está. Para que a gente possa fazer uma coisa que seja agradável para o governo mas também aos estudantes", disse.
  • A nova proposta de ensino médio foi aprovada em 2017, durante a gestão Michel Temer (MDB), por meio de medida provisória. À época, já havia no Congresso uma outra proposta de reformulação enviada pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad, hoje na Fazenda.
  • O petista disse ainda que já tem conversado com sindicatos de educadores para ouvir propostas e que Camilo fará o mesmo. "Ele vai conversar com os sindicatos para que a gente possa estabelecer, com educadores e alunos", afirmou.
  • A entrevista foi dada ao vivo à TV 247 nesta manhã.

Ele [Camilo] vai mudar [a reforma do Ensino Médio]. Tenho certeza que ele vai fazer o que for melhor para os estudantes."
Lula, em entrevista

Especialistas e educadores pedem revogação do modelo

  • A reforma prevê a ampliação da carga horária e a criação dos itinerários formativos, que seriam um aprofundamento de temas. Especialistas contra o modelo, no entanto, afirmam que essas disciplinas escolhidas pelos alunos geram desigualdade.
  • Com os itinerários, o espaço de disciplinas como Filosofia e Sociologia diminuiu na grade curricular dos alunos;
  • Para discutir o tema, o MEC chegou a abrir uma consulta pública no início do mês --o que também foi criticado por parte dos especialistas, já que antes de ser aprovada a reforma passou por consultas da sociedade civil.
  • Mais de 300 entidades assinaram uma carta pedindo o fim da reforma. "A reforma está a serviço de um projeto autoritário de desmonte do Direito à Educação", afirma trecho.
  • Existe uma preocupação de quando as mudanças serão, de fato, definidas, já que o modelo tem sido implementado nas redes de ensino. A reforma também impacta no desenho das avaliações nacionais, como o Enem, principal porta de entrada ao ensino superior.