1º de Abril: Como troca do Ano Novo revoltou um povo e criou Dia da Mentira
Divertido para uns, insuportável para os outros e um terror para os jornalistas, é assim o 1º de abril, Dia da Mentira, que neste sábado traz mais uma rodada de pegadinhas, causos e histórias falsas. Tanto quanto qualquer lorota que você ouvirá na data, a origem desta "celebração" não tem comprovação.
A versão mais aceita é de que essa história começou na França, por conta de uma mudança de calendário que alterou o dia do Ano Novo.
Troca de calendários
O mundo europeu girava em torno do Calendário Juliano até o século 16, quando o papa Gregório 13º instaurou o Calendário Gregoriano, em 1582. Ele buscava corrigir imperfeições da contagem anterior, que remontava ao imperador romano Júlio César.
Com ele, veio a alteração no início do ano, cujo primeiro dia passou a ser 1º de janeiro. Anteriormente, dizem alguns historiadores, comemorava-se a data em 25 de março, com celebrações que iam até 1º de abril.
Parte da população francesa ficou revoltada e se recusou a adotar o novo início do ano. Eles passaram a ser alvo de chacota.
Os resistentes ao novo calendário eram convidados para festas e comemorações inexistentes no 1º de abril. Nasciam assim os "bobos de abril" e a tradição de zombaria e de pregação de peças.
Outras versões
Há historiadores que apontam o Dia da Mentira como uma tradição iniciada no festival de Hilária - uma festa romana no período anterior ao nascimento de Cristo, que celebrava o equinócio de março em honra à deusa Cibele. Ela era a "Mãe dos Deuses", uma divindade que reunia aspectos das deusas gregas Gaia, Reia e Deméter.
Outros acreditam que a data é ligada à mudança de estações no hemisfério norte, quando a "Mãe Natureza" pregava peças com mudanças de tempo imprevisíveis.
No Brasil, a tradição foi introduzida em 1828, com o noticiário impresso mineiro "A Mentira". Ele trazia em sua primeira edição a morte de Dom Pedro 1º na capa e foi publicado justamente em 1 de abril.
Mentiras famosas
Entre os mais conhecidos exemplos de mentiras que tomaram grandes proporções, a emissora pública britânica BBC tradicionalmente prega peças no público desde a década de 30 e chegou a noticiar que os ponteiros do Big Ben seriam trocados por um mostrador digital, nos anos 1980.
Nos Estados Unidos, em 1992, a National Public Radio (NPR), também uma emissora pública de comunicação, veiculou entrevista do comediante Rich Little em que ele se passava pelo ex-presidente Richard Nixon.
Em 2015, a Amazon reverteu sua página principal para a versão de 1999 - época em que a internet ainda era rudimentar. Até descobrirem a brincadeira, os usuários deveriam passar pela experiência de "túnel do tempo" na navegação do site.
Cuidado com as fake news!
Apesar da permissão lúdica no dia 1º de abril, uma mentira pode ser considerada fake news quando é usada como notícia falsa e/ou com dados manipulados deliberadamente para enganar ou enviesar as conclusões de seus leitores. Há punição legal para isso.
*Com informações da Agência Brasil
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