Menos itinerários, mais apoio a professor: SP vai ajustar novo ensino médio
O secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, defende que o novo ensino médio "precisa de ajustes".
O que aconteceu
Feder afirmou, em entrevista exclusiva ao UOL, que o estado vai diminuir o número de itinerários formativos no ano que vem. Atualmente, são ofertadas 300 opções.
A formação continuada de professores é outro item que deve receber investimentos no próximo ano.
São Paulo foi um dos primeiros estados do país a concluir a implementação do novo ensino médio. Esse ano, por exemplo, os alunos da 3ª série já estão no novo modelo.
O novo ensino médio está no centro dos debates da educação nacional. Na semana passada, o MEC suspendeu a implementação do modelo por 60 dias — a decisão acontece após a pasta federal abrir uma consulta pública sobre o assunto.
Os itinerários formativos são um dos pontos mais criticados da reforma. O objetivo é que os alunos possam escolher temas em que gostariam de se aprofundar, mas nem todas as escolas têm infraestrutura para manter a variedade.
Existem dois problemas [no novo ensino médio]: primeiro, na hora de dar essa disciplina, o professor está com pouco apoio, ele está se sentindo desapoiado. Então, o que a secretaria vai fazer? Um ajuste no apoio ao professor e a gente vai reduzir o número de disciplinas dos itinerários formativos possíveis para o ano que vem."
Renato Feder, secretário estadual da Educação
A gente vai colocar nos itinerários disciplinas que se relacionam ao Enem, ao vestibular, que é o que o aluno quer e o professor também sabe dar. [...] Minha posição é a favor do novo ensino médio desde que ele tenha ajustes e foque mais no vestibular e no Enem."
O que mais ele falou
O material didático dos professores será totalmente digital, segundo o secretário. Apenas educadores do ensino fundamental 1 terão a versão impressa.
Feder também vai replicar outros programas do Paraná em São Paulo — como o Redação Paulista e o de professores embaixadores. No primeiro caso, a ideia é incentivar os alunos a escreverem mais, além de automatizar a correção dos textos. No segundo, haverá escolha de professores que vão instruir os colegas.
Para o secretário, é possível replicar "as coisas boas do Paraná". Antes de assumir a pasta na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele foi secretário no estado do Sul..
Questionado se há estrutura e formação necessárias nas escolas para receber programas e aplicativos, o secretário diz que sim. Feder citou o programa dos embaixadores como argumento, já que esses professores vão ajudar os colegas a dominarem as ferramentas.
O secretário também comemorou os programas lançados nos primeiros 100 dias de sua gestão como o Aluno Presente, que registra de forma virtual a frequência dos estudantes.
Na virada do semestre, os professores já vão encontrar no celular deles as próximas aulas para dar na escola, se eles quiserem usar. Para ensino fundamental 2 e ensino médio estamos acabando com o material impresso."
Os professores terão acesso a slides editáveis para cada aula, segundo o secretário.
Uma coisa é arremessar programa, eu não gosto, porque isso não significa nada. A gente precisa engajar o professor, treinar. A gente deve ter 30 mil professores de matemática na rede e preciso treiná-los para que uma vez por semana eles levem os alunos para matemática gamificada [com elementos de jogos] e saibam usar isso."
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