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Após caso Unisa, MEC cobra explicações de São Camilo, Santa Casa e Unifesp

Alunos da São Camilo Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/09/2023 13h31Atualizada em 22/09/2023 17h20

O MEC (Ministério da Educação) notificou mais três instituições de ensino paulistas por causa de vídeos de alunos de medicina mostrando partes íntimas durante jogos univeristários — assim como as imagens de estudantes da Unisa (Universidade Santo Amaro).

O que aconteceu

O Centro Universitário São Camilo, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) são as instituições que foram notificadas pelo MEC. O UOL apurou que elas têm um prazo de 15 dias para responder ao ministério.

No documento ao qual a reportagem teve acesso, o governo federal cobra explicações após os estudantes dessas universidades apareceram em novas imagens "com teor similar" aos vídeos com alunos da Unisa já investigados. Procuradas hoje, a São Camilo respondeu dizendo que irá retornar dentro do prazo estipulado.

Já a Unifesp disse que atua para identificar a relação "das pessoas envolvidas com a instituição e, assim, tomar as medidas cabíveis com base nas normas internas e na legislação vigente".

O MEC quer saber sobre a apuração das universidades nesses casos e as punições previstas nos regimentos internos de cada instituição.

Em um dos vídeos, estudantes da São Camilo aparecem com as calças abaixadas mostrando as nádegas. Em outro, envolvendo alunos da Santa Casa, há um grupo na arquibancada também exibindo suas partes íntimas.

O caso da Unisa ocorreu em abril, mas apenas na última semana veio à público. A universidade afirma ter expulsado parte dos estudantes e que tenta identificar os demais envolvidos.

Reportagem do UOL publicada nesta sexta mostrou que a cultura de violência nos cursos de medicina acontece desde os primeiros dias de aula e pode impactar até a trajetória profissional.

Não só importante a expulsão, mas também que os alunos possam responder legalmente aos fatos ocorridos. Não podemos imaginar um jovem estudante de medicina com esse tipo de atitude.
Camilo Santana, ministro da Educação, durante evento na terça-feira (19)

Nova notificação para Unisa

Após receber uma notificação do MEC e não responder com detalhes ao pedido, a Unisa foi notificada mais uma vez pela pasta. Inicialmente, a universidade tinha 15 dias para responder e deu retorno ao governo federal um dia depois do envio do documento.

Não obstante, incontinenti, adotou as providências que lhe competiam, observados os termos e limites de seu regimento geral, identificando e punindo os envolvidos. Com efeito, no dia 18 de setembro, primeiro dia útil subsequente, por meio da Portaria da Reitoria 305/2023, procedeu ao desligamento sumário dos envolvidosnaqueles atos.
Unisa em ofício ao Ministério da Educação ao qual o UOL teve acesso

A universidade, porém, não deu nenhuma informação ao ministério sobre os estudantes expulsos — como o número de alunos, o nome deles e a quais turmas pertenciam.

No novo documento, o MEC dá cinco dias para uma nova manifestação da Unisa. A universidade precisa também enviar uma cópia do regimento geral e a portaria citada pela universidade.

Por fim, solicita-se que a instituição informe acerca do quantitativo de procedimentos instaurados, nos últimos dez anos, com base em seu regimento geral, ensejando apurar e punir condutas de seus discentes ocorridas em trotes, jogos ou quaisquer eventos de cunho acadêmico. Caso positivo, detalhar os fatos apresentando documentação comprobatória.
Ministério da Educação em documento enviado a Unisa

Procurada, a Unisa não respondeu. A universidade tem se pronunciado apenas pelas redes sociais.

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