Enem 2023: Veja 10 possíveis temas para redação e como explorar assuntos
O possível tema da redação do Enem 2023 é um dos pontos de maior expectativa e especulação pelos candidatos que farão a prova neste domingo (5).
Neste primeiro dia do Exame, além da redação, os alunos também irão enfrentar 90 questões objetivas de Linguagens e Ciências Humanas.
O tema da redação do Enem sempre é uma incógnita e surpreende os estudantes a cada ano. Com base nos assuntos em alta atualmente e na avaliação de especialistas*, confira 10 apostas para a redação do Enem 2023:
- Envelhecimento populacional
- Impactos da transição energética
- Combate ao trabalho análogo à escravidão
- Inclusão de pessoas no espectro autista e/ ou TDAH
- Combate à desinformação
- Assédio moral e violência doméstica
- Combate à violência de gênero
- Violência no sistema prisional
- Capacitismo
- Dificuldade de atenção do jovem na escola
O que pode ser explorado nos possíveis temas da redação do Enem 2023?
- Envelhecimento populacional: desafios para a garantia do acesso a bens e serviços às pessoas com mais de 60 anos
No Brasil, a população de pessoas com 60 anos ou mais triplicou nos últimos 50 anos. Hoje, são 22.169.101 idosos no país ou 17% da população. E esse número vai aumentar.
A mudança desse perfil populacional tem impacto na demanda por serviços de saúde, tanto públicos quanto particulares. Uma das questões centrais é se o país está preparado para atender às novas demandas, que tendem a crescer em um futuro próximo.
- Impactos da transição energética
A escassez de recursos hídricos, os deslizamentos e alagamentos, bem como a necessidade de o Brasil desenvolver-se energeticamente e mitigar o que os especialistas chamam de pobreza energética.
É importante que, sobre esse eixo temático, o candidato esteja preparado para discutir serviços ecossistêmicos e títulos verdes no Brasil.
- Como combater o trabalho análogo à escravidão no Brasil
Só em 2023 foram resgatados pelo Ministério do Trabalho e Emprego 1.443 trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Aqui, o desafio é quando deixaremos para trás as marcas do passado colonial, ligadas à escravidão, ainda tão presentes em pleno século 21.
- Inclusão de pessoas no espectro autista e/ou TDAH
Leis recentes como a Romeo Mion (13.977/2020), assim como a aprovação de política pública de proteção aos direitos das pessoas com TDAH, demonstram a relevância desse eixo temático na sociedade brasileira.
É possível que este tópico seja o escolhido e trabalhado na linha dos efeitos da implementação da lei seca, que já foi tema de redação do Enem.
- Combate à desinformação
Esse eixo temático proporciona ao candidato a oportunidade de discutir as "redes de ódio no Brasil" e como promover o que os especialistas chamam de "cidadania digital", "cultura midiática".
Subtópicos como misoginia, violência nas escolas, "PL das Fake News", "algoritmização do comportamento" devem direcionar a problematização do candidato.
É importante perceber que, caso o tema seja "combate a desinformação na área da saúde", haveria a possibilidade de discutir a queda da taxa de vacinação nos últimos anos.
- Assédio moral e a luta do ciclo de violência doméstica (bem como violência sexual contra crianças e adolescentes)
Esse assunto é frequente no Brasil e, por isso, a despeito de leis existentes, é importante debater caminhos para erradicar e mitigar essa problemática.
O desafio está em compreender que "piadas" e "palavras" ferem, destroem e matam. Muitos dos casos acontecem porque a sociedade normaliza uma conduta errônea.
- Desafios para o combate à violência de gênero no Brasil
Há 13 anos o país ocupa o topo da lista dos que mais matam pessoas trans e travestis. O Brasil é também um dos primeiros do mundo em morte de mulheres.
Um dos pontos a ser discutido pode ser a necessidade de mudanças em relação à segurança pública, com políticas voltadas especificamente para essas pessoas, para evitar que continuem aumentando o número de vítimas.
- Desafios para o combate à violência dentro do sistema prisional brasileiro
O sistema prisional brasileiro tem a função de punir a criminalidade e ressocializar o preso. No entanto, o país apresenta acentuado avanço da violência dentro das prisões principalmente em função da superpopulação carcerária e da ausência de projetos para a ressocialização do preso.
- Capacitismo: como banir a discriminação contra pessoas com deficiência.
Capacitismo significa discriminação de pessoas com deficiência. O termo é pautado na construção social de um corpo padrão, sem deficiência, tido como "normal" e na subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas deficiências.
No Brasil, a LBI (Lei Brasileira de Inclusão) foi criada para garantir o acesso a estabelecimentos comerciais, aos ambientes digitais, à educação e ao trabalho, além de punir pessoas e organizações que desrespeitam e agridem as pessoas com deficiência.
Um dos desafios está na garantia de aplicação da lei em uma sociedade tão focada nos conceitos de beleza e juventude.
- Dificuldade de atenção do jovem na escola: como equilibrar o excesso de estímulos visuais vindos das plataformas digitais e a necessidade de manter o foco no aprendizado?
As plataformas digitais competem entre si para capturar mais usuários, utilizando todo um arsenal.
Notificações constantes, recompensas pelo uso de apps, personalização de conteúdos e outros truques. Isso certamente tem efeitos negativos para o cérebro, principalmente entre os mais jovens. Um deles é a falta de atenção em atividades mais exigentes como ler livros mais longos, ver filmes mais extensos e fazer tarefas mais complexas.
Dicas para ir bem na redação do Enem
Além de seguir o tema proposto, é importante que o candidato realize alguns passos básicos para ter um bom aproveitamento no dia da redação..
É necessário que o estudante comece pela elaboração de um projeto de texto, por meio do qual seja possível explorar o tema da prova, o conhecimento sociocultural dele, os pontos-chave da coletânea que não podem ser minimizados e caminhos para a proposta de intervenção.
Depois desse momento, é possível dedicar-se às questões alternativas da prova e destinar um tempo para a montagem do rascunho da redação e revisão final do texto.
"Creio que o fundamental seja compreender que o texto precisa ter quatro passagens (introdução, desenvolvimento um e desenvolvimento dois e conclusão com intervenção)", explica Luiz Carlos Dias, professor do Etapa. Na sequência, desenvolva dois parágrafos que fundamentam sua posição.
Quando chegar na proposta de intervenção, vale destacar a importância do conectivo no começo do parágrafo (portanto) e de apresentar agente, ação, meio/modo, finalidade e detalhamento.
"Sustentar as ideias com base em evidências, fatos, argumentos de autoridade, exemplos ajuda muito", complementa o professor.
O que não fazer de jeito nenhum na redação
Nunca faça referência à situação de prova, por exemplo, "como afirma o texto 2" e outros. Além disso, nunca mande bilhetes para o avaliador. "Muito menos assine a prova. Todas essas medidas zeram a redação", afirma Eva Albuquerque, professora do cursinho da Poli.
Também se preocupe em não ferir os direitos humanos, minimizar a discussão e gerar estereótipos.
Notas baixas ou zero advém de o candidato fugir do tema, não respeitar o formato dissertativo-argumentativo, escrever menos de até 7 linhas ou 10 linhas em braile, apresentar impropérios, desenhos, escrever seu nome ou rubricar fora do local devido, apresentar um texto ilegível, por exemplo. Por isso, é importante estar muito atento na hora de elaborar o texto.
(*) Fontes: Eva Albuquerque, professora de português do cursinho da Poli; e Luiz Carlos Dias, coordenador de redação do Colégio Etapa.
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