Reitores das Estaduais Paulistas propõem reajuste salarial de 3%
Os reitores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresentaram nesta segunda-feira, 16, proposta de reajuste salarial de 3% aos professores e funcionários. O Fórum das Seis - entidade que representa sindicatos de professores e funcionários das três universidades paulistas - pede reajuste de 12,34% e disse que a proposta apresentada é "vergonhosa e ridícula".
Segundo o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), a proposta de 3% é um "esforço para atenuar as perdas salariais" dos últimos 12 meses, considerando que as instituições enfrentam a "pior crise econômica da história da autonomia universitária".
"Consciente de que o índice proposto não repõe as perdas salariais, o Conselho de Reitores envidará todos os esforços institucionais possíveis de recuperação salarial tão logo as condições econômicas permitam", admitiu o Cruesp, em nota.
João da Costa Chaves Júnior, coordenador do Fórum das Seis e presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), disse que a proposta será levada para discussão das categorias em assembleia, mas disse acreditar que os servidores ficarão indignados. "A crise das universidades não é de hoje e não é consequência apenas do momento atual da economia e mais uma vez a opção dos reitores foi pelo arrocho salarial", disse. Ele não descartou que as categorias possam optar por greve.
Ainda segundo Chaves Júnior, o Fórum considerou que o Cruesp apresentou uma "não proposta" já que a USP e Unesp não se comprometeram em dar os 3% de reajuste, justificando que ainda teriam que submetê-lo a aprovação de seus Conselhos Universitários. "Nem todas as universidades estão de acordo com esse reajuste, que pode nem ocorrer".
A USP informou que, desde o início da gestão do reitor Marco Antonio Zago, todas as propostas de reajuste salarial têm sido submetidas para aprovação do Conselho Universitário, "como forma de compartilhar as decisões".
Já a Unesp informou que as disposições da proposta seriam implentadas após decisão de seu Conselho Universitário e "respeitando-se suas disponibilidades orçamentárias e financeiras".
No dia 30, o Cruesp e o Fórum das Seis terão uma nova rodada de negociações.
USP
Os funcionários da USP estão em greve desde o último 12. Além do reajuste salarial, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o principal motivo do movimento grevista são as medidas de economia tomadas pela administração da universidade, que vive grave crise financeira. E também porque a reitoria solicitou ao Sintusp para que desocupasse o imóvel de sua sede, na Escola de Comunicação e Artes (ECA), na Cidade Universitária.
Em nota, a USP afirmou que a greve é "preventiva", já que as negociações salariais ainda não terminaram. E disse "confiar que a maioria da comunidade universitária não vai aceitar isso passivamente".
Em apoio aos servidores os alunos ocuparam o prédio do curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Eles também reivindicam que a universidade adote sistema de cotas e políticas de permanência estudantil para pessoas de baixa renda.
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