USP estima deficit pelo 5º ano e vagas para técnicos devem ficar congeladas
Ainda debilitada por uma grave crise financeira, a Universidade de São Paulo (USP) prevê um déficit de R$ 287,6 milhões em 2018. É o quinto ano consecutivo em que a instituição já estima gastar mais do que recebe ao formular seu orçamento.
Para equilibrar as contas, a reitoria ainda defende manter suspensas no ano que vem as admissões de servidores técnico-administrativos. As contratações para a categoria estão congeladas desde 2014.
As previsões estão em documento com as diretrizes orçamentárias distribuído a membros do Conselho Universitário (CO), instância máxima da USP. Essa proposta será votada nesta terça-feira, 21. A saúde financeira da USP será um dos principais desafios do novo reitor, Vahan Agopyan.
O orçamento total previsto para o ano que vem é de R$ 5,177 bilhões. É praticamente igual ao montante inicialmente estimado para 2017, se aplicada a inflação do período.
A principal fonte de verba da USP é uma cota da arrecadação paulista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com a piora da economia, esse recurso despencou nos últimos quatro anos.
Após três recentes rodadas de planos de demissão voluntária para reduzir a folha salarial, o objetivo é manter congeladas as contratações de técnicos. Por outro lado, a reitoria prevê contratar 150 professores, "dependendo do comportamento da arrecadação do ICMS".
Com aposentadorias e desligamentos sem reposição desde o início da crise na USP, diretores de faculdades têm apontado a necessidade de preencher vagas.
Para cobrir o rombo, será necessário usar verba da reserva bancária, como tem sido feito nos últimos anos. Entre dezembro de 2017 e o fim de 2018, essa poupança deve recuar de R$ 382,4 milhões para R$ 24,8 milhões. Há cinco anos, esse saldo era superior a R$ 3 bilhões.
Futuro
Em janeiro, Agopyan, atual vice-reitor, assume o comando da USP. Ele promete manter a política de rigor financeiro do atual dirigente, o médico Marco Antonio Zago. Entre as propostas de Agopyan, também está diversificar fontes de receita da instituição - oferecer, por exemplo, apoio técnico na formulação de políticas públicas e ser ressarcida por isso. "Temos de ser mais proativos", disse ele ao Estado na semana passada, quando foi escolhido para o cargo.
Procurada nesta segunda-feira, 20, a reitoria informou que se manifestaria somente após a reunião do CO. Neste encontro, serão discutidas as diretrizes para o orçamento. A proposta final será definida em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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