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Professores da rede municipal de São Paulo decretam greve

Ontem professores da rede municipal de ensino protestaram em frente à sede da Prefeitura de São Paulo no Viaduto do Chá - Suamy Beydoun
Ontem professores da rede municipal de ensino protestaram em frente à sede da Prefeitura de São Paulo no Viaduto do Chá Imagem: Suamy Beydoun

Luiz Carlos Pavão

11/02/2021 20h29

Antes mesmo do retorno das aulas presenciais nas escolas municipais de São Paulo, marcado para 15 de fevereiro, sindicatos que representam os professores da rede decretaram greve contra a volta das atividades. A decisão foi tomada após reunião virtual realizada na última segunda-feira (8). Uma parte dos profissionais já não trabalha desde ontem, quando estava prevista a volta das atividades presenciais de planejamento.

As cinco entidades - Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem); Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin); Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep); Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo; e Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) - avaliam que não há condições sanitárias para o retorno das aulas presenciais, em um momento de recrudescimento da pandemia no país. A categoria pede que aulas continuem remotas.

Estudos científicos já indicaram que o nível de contágio em sala de aula não é grande, desde que sejam seguidos os protocolos de ventilação, higiene e distanciamento. Educadores têm defendido priorizar a retomada de aulas presenciais, após longo período de quarentena, em que os colégios ficaram fechados. Países da Europa mantiveram escolas abertas mesmo em períodos de lockdown mais rigoroso.

O secretário municipal de Educação, Fernando Padula, tem dito que as escolas se prepararam para o retorno e diz que a "escola deve ser a última a fechar e a primeira a ser reaberta".

Em nota, os sindicatos municipais dizem que a greve aprovada é o "último instrumento de resistência em defesa da vida da comunidade educacional" e que responsabilizará "a Secretaria Municipal da Educação e a Prefeitura de São Paulo por cada vida perdida e cada profissional que venha a adquirir sequelas por conta da covid-19".

Procurada para comentar, a Secretaria Municipal de Educação, da gestão Bruno Covas (PSDB), ainda não se manifestou.

Entre os dez pontos reivindicados pelos sindicatos, estão que o retorno previsto seja exclusivamente com atividades remotas, que haja a vacinação de todos os profissionais de educação e a aquisição de equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade suficiente, além da testagem em massa de alunos, técnicos e professores.

No último dia 5, o sindicato dos professores do sistema estadual paulista, a Apeoesp, anunciou que entraria em greve a partir de segunda, data marcada para a reabertura das escolas da rede. No retorno, sete escolas estaduais de São Paulo foram fechadas por casos de infecção por coronavírus antes mesmo de retomarem as aulas presenciais.