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SP: Professores da rede particular entrarão em greve se colégios ficarem abertos

Funcionário faz higienização de sala de aula de escola particular de São Paulo. Professores ameaçam fazer greve contra atividades presenciais - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
Funcionário faz higienização de sala de aula de escola particular de São Paulo. Professores ameaçam fazer greve contra atividades presenciais Imagem: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Júlia Marques

08/03/2021 15h25

São Paulo - Professores de escolas particulares de São Paulo entrarão em greve a partir de quinta-feira (11) caso as atividades nos colégios não sejam suspensas. A paralisação foi decidida em assembleia realizada no sábado (6).

Consideradas serviços essenciais, escolas tiveram aval para continuar abertas mesmo na fase mais grave da pandemia no Estado de São Paulo.

O Sinpro (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) reivindica que o retorno ao trabalho presencial só ocorra após a testagem de toda a comunidade escolar e o fornecimento de máscaras profissionais, do tipo PFF2, que protegem mais contra o novo coronavírus. O sindicato também pede divulgação imediata dos casos de contaminação nas escolas.

A decisão pela greve ocorre em meio à alta de internações pela covid-19 no Estado de São Paulo. As escolas continuaram abertas, mesmo na fase vermelha da quarentena, a mais restritiva, mas alguns colégios já decidiram suspender ou restringir as atividades presenciais considerando o grave momento da doença em São Paulo.

Segundo o Sinpro-SP, manter exclusivamente as aulas remotas "é uma medida urgente e necessária diante da escalada da pandemia e da aceleração na taxa de contágio". O sindicato deve enviar hoje uma carta ao sindicato patronal com as reivindicações. Se a negociação não avançar, a greve terá início na quinta, informa o Sinpro-SP.

Como o "Estadão" mostrou, as escolas particulares de São Paulo se dividem entre restringir atividades ou manter o atendimento presencial como ocorria antes da mudança de fase. Alguns colégios como o Equipe, na região central, decidiram suspender as aulas presenciais neste momento.

Outros, como o Santa Cruz, reduziram o atendimento presencial e pediram que os pais só levem às crianças à escola em caso de "extrema necessidade". Há ainda escolas que não alteraram o grupo de alunos atendidos - como o Colégio Bandeirantes, na zona sul.

Na semana passada, cresceu a pressão de professores pela manutenção do ensino remoto nas escolas privadas. Docentes do Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste, por exemplo, enviaram carta à escola em que dizem trabalhar com pavor.

Procurado, o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro, disse acreditar que a proposta de paralisação dos professores não terá adesão. Segundo ele, há um entendimento de que "deixar a criança fora da escola é pior do que a própria doença".

Ribeiro também destaca que casos nas escolas têm origem em contaminações fora do ambiente escolar. O Sieeesp diz orientar que as escolas só atendam os estudantes que mais precisam.

O número de infecções em escolas estaduais e particulares parou de ser informado pela Secretaria Estadual da Educação. A pasta havia prometido divulgação semanal desses dados, mas não há atualização dos números desde o dia 16 de fevereiro, quando a Seduc apontou haver 741 casos de covid-19 em colégios da rede pública e particulares.