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15 de janeiro - Dia mundial do compositor

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Tchan tchan tchan tchan... Esta poderia ser a introdução de um filme de suspense. Ou o começo da Sinfonia número 5 , de Beethoven, que inspirou centenas de músicas para filmes de suspense.

Há composições tão famosas que atravessaram os tempos, muito antes de existirem as gravações. É o caso dessa sinfonia de Ludwig van Beethoven, o compositor alemão, que também é o autor de Pour Elise , hoje popularizada (pobre Beethoven!) como a musiquinha do caminhão de gás.

Compor uma música é como contar uma história. Em vez de palavras, são usadas notas musicais. Elas são a linguagem que outros músicos leem para executar a obra e, dessa forma, "contar" a história criada pelo compositor.

Em culturas ou gêneros musicais que não utilizam o sistema de escrita ou notação musical, o compositor guarda a música na memória - como se diz? Ele sabe a música "de ouvido" - e a transmite para outros intérpretes, repetindo-a tantas vezes quanto forem necessárias.

Em geral, o compositor é o autor da música e detentor (dono) de seus direitos autorais. Existem editoras especializadas em música e o compositor ou detentor dos direitos da composição recebem "royalties" sempre que é realizada uma nova gravação comercial ou execução pública.

O intérprete valia mais que o compositor

Na música erudita, o compositor é um músico altamente treinado na teoria musical e normalmente é responsável, além da criação da partitura original, também pelos arranjos para a instrumentação ou para as vozes desejadas.

Na Europa, no início do desenvolvimento da música erudita, a função do compositor não era muito valorizada.

O intérprete tinha liberdade para alterar a composição como desejasse, acrescentando improvisações ou misturando partes de composições diferentes. Foi assim com Chopin e Franz Liszt.

Liszt interpretava as músicas feitas por Chopin com tanto brilho, adicionando improvisos e floreios, que se tornou mais famoso, em sua época, que o colega compositor.

À medida que a música se tornou mais complexa, o compositor começou a ser associado à sua obra e a ter mais controle sobre a execução de suas composições. A música escrita passou a ser encarada como um conjunto de instruções que o intérprete deveria seguir.

Hoje, o valor da interpretação da música erudita está mais ligado à expressão que ao improviso.

A partir do período clássico, a maioria dos compositores passou a deixar momentos específicos na partitura, onde o intérprete pudesse demonstrar virtuosismo ao improvisar como desejasse ("cadenza"). Desde que o restante da composição fosse respeitado, claro.

Quem compõe também interpreta

A maior parte da música erudita é escrita pelo compositor para ser interpretada por outros, mas alguns compositores também interpretam suas criações.

Schubert apresentava as suas canções em festas e alguns compositores também eram intérpretes do que escreviam.

Mozart e Beethoven, por exemplo, interpretavam as próprias peças ao piano. Alguns compositores também atuam como regentes e, assim, ficam responsáveis pelas interpretações orquestrais de sua música.

Música popular: canções e letras

Na música popular, o compositor escreve a música para canções e, às vezes, também as letras.

A composição não é tão rígida como na música erudita, e admite-se a improvisação. Por vezes a música é adaptada para a instrumentação do grupo musical que a executará pelo arranjador, um músico especializado nessa função.

Em certos gêneros, como o jazz, os músicos criam o arranjo durante a execução, improvisando livremente sobre os temas elaborados pelo compositor.

Erudito ou popular?

Em português, o termo "compositor" refere-se a qualquer gênero musical, erudito ou popular.

Mas em algumas outras línguas (como o inglês e o alemão) existe um termo específico para o compositor de canções populares ("songwriter", em inglês, ou "liedermacher", em alemão).

Em português esse tipo de compositor normalmente é chamado de "compositor de letra e música" ou "compositor popular", como demonstra a letra de Festa Imodesta" , de Chico Buarque.

Aquele que também interpreta suas próprias canções é chamado de "cantor e compositor" e o escritor de letras de música também é chamado "letrista".