"Nota" do ensino médio ainda é desafio, diz Mercadante sobre Ideb

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira (14) que a melhora de apenas 0,1 ponto no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2011 no ensino médio mostra que a etapa "continua sendo um desafio educacional". A "nota" foi 3,7.

"O índice de aprovação não avança, está estabilizado. Matemática, estabilizado. Português, estabilizado", afirmou, em referência às disciplinas da Prova Brasil, cujos resultados fazem parte do cálculo do Ideb.

Mercadante apontou o número de matérias que um estudante precisa cursar nesta etapa como um dos problemas - já que há pelo menos 13 disciplinas obrigatórias a serem feitas. Além disso, ele destacou a falta de formação específica de professores em determinadas matérias e o total de alunos em cursos noturnos.

"Nós temos uma parcela expressiva dos estudantes no ensino noturno. Evidentemente, eles não têm condições tão confortáveis quanto outros estudantes no ensino médio", afirmou.

Anos iniciais

O ministro comemorou o avanço de 0,4 ponto na "nota" nos anos iniciais do ensino fundamental. "Nós superamos a meta nos anos iniciais. Isso quer, dizer fundamentalmente, que nossas crianças estão aprendendo mais nas escolas públicas brasileiras. Consideramos esse resultado um momento de celebração", disse.

Mercadante também afirmou que houve a superação da meta para os anos finais -porém, sem a mesma velocidade dos anos iniciais. O ritmo de crescimento dessa etapa vem diminuindo desde 2007 - entre 2009 e 2011, foi de apenas 0,1. Uma das hipóteses do ministro para um resultado menos expressivo nos últimos anos da etapa é justamente a transformação que o ritmo de aulas sofre.

"Primeiro, é que nos anos iniciais, você tem um professor por turma. O professor tem uma intensa relação com os alunos. Quando a gente passa para os anos finais, é um professor por disciplina. E isso tem implicações, porque temos uma média de oito disciplinas obrigatórias."

Metas

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Luiz Cláudio Costa, disse que o órgão não trabalha com a hipótese de rever as metas do Ideb. Nos anos iniciais do fundamental, por exemplo, elas têm sido atingidas com folga.

"As metas foram muito bem estabelecidas em 2005, bem discutidas. Acho que elas estão muito bem planejadas. Precisamos entender que é uma maratona. Não há nenhuma necessidade hoje para revermos metas", afirmou.