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Exame da OAB: Aluna de direito revisa conteúdos até no ônibus

Bruna Borges

Do UOL, em São Paulo

16/08/2013 19h53

Prestes a se formar no final deste ano, a estudante de direito Carolina Dornela, 24, não se intimida com os altos índices de reprovação do Exame de Ordem, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). No último exame, cerca de dois em cada três inscritos foram reprovados. E, sem a aprovação nessa prova, os bacharéis diplomados não podem atuar como advogados.

Carolina está com a agenda cheia: estuda pela manhã, faz estágio de seis horas no período da tarde e usa alguns momentos da noite para revisar os conteúdos. Para aproveitar o tempo ao máximo, ela usa o trajeto em a faculdade e o trabalho para ler um ou outro resumo.

A rotina de estudos -- mais estruturada e com constância -- começou mesmo em julho, quando ainda estava de férias.

Durante o mês sem aulas, Carolina acordava cedo e resolvia questões de provas antigas. Também fazia as leituras importantes de conceitos e leis como complemento aos exercícios. Essas atividades ocupavam suas manhãs.

Agora que o semestre começou, ela tem que encaixar os estudos no intervalo entre a faculdade e o estágio e em algumas noites quando chega em casa. Se tem algum tempo livre nas manhãs, ela fica na biblioteca do Mackenzie, onde faz a graduação. E revisa mais algum conteúdo.  

Para estruturar a revisão das matérias, Carolina usa um livro com o resumo dos temas que são cobrados com mais frequência na prova e segue o roteiro sugerido. Também usa uma outra publicação com questões do exame e soluções comentadas. “Esses livros me ajudam a focar nos temas mais comuns das provas nesse último mês”, explica Carolina. 

Carolina faz estágio de seis horas e enquanto trabalha não pode estudar para o exame. Por isso, aproveita e usa o tempo no ônibus. No celular, ela instalou um aplicativo como alternativa para os momentos longe do computador.

Foco na prova

O professor Fabiano Dolenc Del Masso, coordenador do curso de direito do Mackenzie, defende que revisar leis e resolver perguntas de exames passados, como faz Carolina, são os melhores métodos de estudo.

Mas Del Masso faz um alerta para o uso único dos resumos: “Esses livros só funcionam como bom treinamento se usados como revisão da teoria já apreendida nos cinco anos de faculdade. É perigoso usá-los como meio de aprendizagem, pois a informação está condensada demais e pode causar confusão.”

“Essa revisão final contribui para a retomada do conhecimento já obtido. É difícil alguém que não fez um curso sério usar esses resumos e conseguir passar na prova”, completa Christiano Jorge Santos, professor de direito penal da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Sobre o uso de sites e aplicativos, Santos recomenda que os testes sejam feitos na presença de colegas para que sejam esclarecidas dúvidas. 

Descansar também é preciso

Para Del Masso, o uso dessas horas livres para revisar o conteúdo do prova é útil se bem utilizadas. Ele recomenda que o candidato avalie se o cansaço deste esforço não supera a vantagem obtida com tempo extra de estudo. 

É por isso que Carolina reserva o final de seu dia para relaxar. Ela até olha os conteúdos de noite, após as aulas e o estágio, mas, segundo ela, sem excessos.

O professor do Mackenzie recomenda que os candidatos do exame estudem todas as matérias de forma equilibrada. Segundo ele, é mais útil acertar em todos os assuntos que se concentrar em poucas matérias nessa fase final de estudos antes da prova. “Não passa na prova da OAB quem acerta as questões difíceis. Passa quem erra menos as questões fáceis.”

Carolina não está ansiosa ou preocupada com um possível resultado ruim. “Eu ainda estou na faculdade e não estou me pressionando tanto. Se não passar agora, posso fazer novamente o exame em novembro. E acho que manter essa tranquilidade ajuda na hora de fazer a prova. Estou me preparando e vários assuntos que estão ‘frescos na minha cabeça’ devem cair”, conta.