Topo

SP: Alunos de escolas públicas acham Enem 'conteudista' e estão ansiosos por redação

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

27/10/2013 13h21

Para os estudantes oriundos de escolas públicas que esperam a abertura dos portões em uma unidade da Barra Funda, em São Paulo, a prova do primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio ) 2013 cobrou mais conteúdo do que os anos anteriores.  Professores de cursinho têm essa mesma análise

Eles apostam nas manifestações de junho, usina de Belo Monte e no programa Mais Médicos como possíveis temas da redação.

Para Grazielle Ramos, 17, que estuda em Pirituba, na zona oeste da capital paulista, em relação ao ano passado, a prova estava bem mais complicada. "Ontem caiu mais conteúdo, teve muita parte teórica. Tinha que fazer mesmo as contas. Não tinha aquela coisa de olhar e saber a resposta", analisa.

Ela acredita que irá bem em português. "Amo essa matéria, mas não gosto muito de matemática. Vou dar prioridade à redação", conta. Para ela, é muito difícil as manifestações de junho caírem na prova. 

"Acho que pode cair algo em relação às usinas hidrelétricas, como Belo Monte, relacionando com a questão indígena", aposta. "O Mais Médicos também pode ser pedido, assim como algum assunto que envolva meio ambiente".

Jéssica Georgopoulos, 15, está ainda no primeiro ano do ensino médio, mas veio testar os conhecimentos adquiridos na escola como treineira. Neta de um grego e de uma nordestina que se encontraram no Rio de Janeiro, a estudante diz que a prova de ontem foi complicada.

"Sempre é difícil. Mas o pessoal estudou para caramba. Se você quer isso como objetivo, você tem que se esforçar", diz. "No meu colégio, fiz bastante exercícios, acho que estou preparada".

Ela acredita que a redação, que compõe esse segundo dia de Enem junto com provas de português e matemática,  poderá tratar do programa do governo federal que trouxe médicos estrangeiros para o Brasil e até mesmo do Leilão de Libra e da importante dos royalties.

Gabriela de Freitas, 17, está no último ano do ensino básico. Ela está prestando o exame para tentar fazer o curso de pedagogia em alguma instituição federal que utiliza os pontos do Enem.

"Para mim, a prova de ontem estava tranquila. Não tinha questões difíceis, mas o objetivo é você focar, deixar o que tem dificuldade por último", diz. "Gosto de exatas, então acho que hoje em matemática eu vou arrebentar.

Já Julia Galdino, 17, quer conseguir uma bolsa. "Venho de uma família humilde, então pretendo conseguir esse benefício. Quero fazer arquitetura em uma federal".

Ela também achou a prova de ontem um pouco difícil, mas disse que conseguiu resolver todas as questões. Contudo, ainda não conferiu o gabarito que alguns cursinhos já disponibilizam. "Não gosto de corrigir antes. Fico nervosa".

Na redação, a estudante crê que a manifestação de junho poderia ser um bom tema para ser discutido. "Seria ótimo. A redação é o cérebro da prova, ela define. Seria ótimo".