Ponto de ônibus vira biblioteca livre em São Paulo e em Belo Horizonte
Em junho de 2013, duas "Helenas" desenvolveram uma estrutura para deixar livros em exposição em um ponto de ônibus na Vila Mariana, em São Paulo. A ideia era possibilitar às pessoas ler, pegar emprestado, devolver e doar livros ali na rua e a completos desconhecidos.
Batizado de "Parada do Livro", o projeto fez essa sua primeira instalação com doações de R$ 5.700 e de 300 títulos. “Já perdemos a contagem, mas [atualmente o projeto] tem mais livros do que quando começou", diz Helena Nabuco. "Nossa avaliação é super positiva. As pessoas pegam emprestado, doam. Os livros ficam circulando."
Sua xará e companheira de projeto é Helena Aranha -- ambas têm 22 anos e são paulistanas.
Ideia viajou para Minas
A iniciativa da Parada do Livro em São Paulo chamou a atenção de jovens que participam dos coletivos We Love, Desestressa BH e Feira Grátis da Gratidão, de Belo Horizonte.
“Vimos pelas redes [sociais], [nos] interessamos pela ideia, pedimos autorização para elas [as Helenas] e replicamos o projeto.”, diz Pedro Ivo Dias, 25, morador de Belo Horizonte, que trabalha com marketing.
Já existem 1.500 livros distribuídos por Belo Horizonte, segundo os organizadores. Mas, na capital mineira, o projeto se chama “Ponto do Livro” e está em duas localidades da praça da Liberdade, na zona sul, cujo entorno reúne os principais museus e centros de cultura da cidade.
Há mais dois pontos planejados. “Dividir o mesmo livro é muito importante. Acho relevante compartilhar”, afirma Dias.
“É bacana ler”
Frequentadora assídua da praça da Liberdade, Franciele Gomes dos Reis, 17, estudante do primeiro ano do ensino médio no Colégio Augusto de Lima, aprovou a iniciativa de disponibilizar livros nos pontos de ônibus do espaço que frequenta em Belo Horizonte. “Achei diferente, o pessoal pegar livro e devolver. É bacana ler. E quem está interessado, pode doar”, afirma a estudante.
“Pego o [a linha de ônibus] 8106 todo dia e não saio daqui. Sou piolha da praça da Liberdade. Vivo aqui. Tendo um livro, a gente pode ficar lendo, folheando”, comenta Franciele.
Patrocínio
Em dezembro de 2013, a Otima Concessionária de Exploração de Mobiliário Urbano, cumprindo seu contrato de concessão para explorar o equipamento, trocava os abrigos da rua Rio Grande, na capital paulista, e chegou à primeira "Parada do Livro". Decidiram então patrocinar a ampliação do projeto. Até 2015, alguns dos 6.500 abrigos devem ser contemplados.
“A concessionária é simpática à iniciativa. Estamos estudando a viabilidade do projeto, que depende da adaptação ao desenho arquitetônico dos abrigos”, informou a assessoria de imprensa da Otima.
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