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Polícia investiga estupro de aluna em escola estadual em SP; há 3 suspeitos

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

18/05/2015 13h28Atualizada em 19/05/2015 15h22

A polícia investiga uma ocorrência de estupro dentro do banheiro masculino da Escola Estadual Leonor Quadros, na zona sul de São Paulo. A vítima é uma aluna de 12 anos.

O caso ocorreu na terça-feira (12) por volta das 16h, enquanto estudantes e professores estavam em sala de aula. A menina teria sido violentada por três alunos de 13 e 14 anos. "É a pior violência que pode acontecer, nenhuma mulher deveria passar por isso. [O estupro] Machuca não só o corpo, machuca também os sentimentos da pessoa",diz a mãe da vítima.

Segundo testemunhas, a garota tinha sinais de agressão. Um professor afirma que viu a jovem enquanto passava pelo corredor e a ajudou, mas a secretaria de Educação nega este fato por não estar contido no boletim de ocorrência. A polícia não foi chamada no local. A denúncia foi encaminhada pelo WhatsApp do UOL (11) 97500-1925.

A escola chamou socorro -- segundo a secretaria estadual de Educação, a aluna teria procurado a direção porque estava com  falta de ar -- e a menina foi levada para o hospital, onde foi submetida a um exame para comprovar a violência sexual. A polícia aguarda o resultado do laudo.

Tinha que ter chamado a polícia na hora

"Na delegacia, me disseram que o grande erro é que a escola não chamou a polícia. Tinha que ter chamado na hora", diz a mãe da aluna. Ela afirmou que a filha não quer passar perto da escola e que vai estudar em casa nos próximos meses.

Além da vítima, outras alunas não querem mais frequentar a escola com medo de novos ataques. "A escola está querendo abafar o caso. Eu fui até lá e me disseram que nada disso aconteceu”, disse a mãe de uma aluna de 13 anos. “Eu não vou mais mandar a minha filha para a escola. Ela está com medo. Eles podem pular o muro da escola e fazer isso com outra aluna", diz a mãe.

Os adolescentes suspeitos também são alunos da escola e não foram apreendidos. "Tenho medo que eles fujam", afirma a mãe da garota. A secretaria de Educação informou que os três estudantes suspeitos foram transferidos para outras escolas da região.

Violência e drogas

Segundo um professor que não quis se identificar, o colégio passa por problemas há muito tempo. "A escola está abandonada. Não tem inspetor nos corredores e o uso de drogas é comum no período da tarde".

Outro professor afirmou que já foi ameaçado por alunos da unidade. "A situação é inaceitável. Eu tenho várias ocorrências de ameaça diretas e, infelizmente, a gente não pode fazer nada. Acho que estão esperando que ocorra um assassinato para fazer algo", disse. "Ás 17h a escola já começa a ficar na escuridão total, não tem iluminação suficiente", afirma o professor.

Garota teria relatado falta de ar

Em nota, a secretaria de Educação afirmou que a direção da escola “solicitou atendimento médico emergencial e comunicou seus responsáveis” depois de ser procurada pela aluna, que relatava estar com “falta de ar”.

Segundo a pasta, a vítima só informou o ocorrido no hospital “e, de imediato, a mãe da jovem foi orientada a registrar o boletim de ocorrência”.

“A equipe gestora da unidade também acionou os pais dos estudantes envolvidos e a Vara da Infância e da Juventude. Seguindo orientações do Conselho Tutelar, um novo boletim de ocorrência foi registrado pela direção escolar. Os estudantes que participaram do caso já foram transferidos para outra unidade de ensino”.

Ainda segundo a secretaria, a escola está prestando “todo apoio à jovem e sua família” e colabora com a investigação policial.