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Baixa adesão e dúvidas: Como está a volta às aulas presenciais em SP

Na fase vermelha do Plano São Paulo, escolas podem receber 35% da capacidade - Rodolfo Santos/Getty Images/iStockphoto
Na fase vermelha do Plano São Paulo, escolas podem receber 35% da capacidade Imagem: Rodolfo Santos/Getty Images/iStockphoto

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

13/04/2021 19h44

Desde segunda-feira (12), as escolas públicas e privadas da capital paulista têm autorização para retomar as aulas presenciais. A decisão foi tomada após o estado de São Paulo passar da fase emergencial para a vermelha no Plano São Paulo, no entanto, muitas dúvidas têm surgido sobre o retorno presencial e as escolas, principalmente particulares, têm percebido uma baixa adesão das famílias.

O UOL visitou três escolas estaduais e quatro municipais hoje. Na escola estadual Adelaide Ferraz de Oliveira, na Vila Guilhermina, zona leste, uma funcionária informou que as aulas retornariam na quinta-feira (15). A recomendação do governo estadual é que as aulas presenciais retornassem amanhã (14).

Já na escola Gabriel Ortiz, na Penha, zona leste, a informação, no local, era que a direção teria uma reunião hoje com a equipe para decidir se iriam ou não reabrir a escola. Por telefone, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação negou e disse que ambas as escolas reabrirão amanhã. A pasta ressaltou que, neste momento, a prioridade é para alunos vulneráveis, sem acesso à tecnologia e com necessidade de alimentação na escola.

No município, a orientação da gestão Bruno Covas (PSDB) era da retomada presencial na segunda-feira (12). A reportagem esteve na escola municipal Luis Washington Vita, no Jardim Popular, zona leste, por volta das 11h, que estava fechada. No local, o aluno Bruno Fadggion, 27, do EJA (Educação de Jovens e Adultos), já tentava entrar na instituição para tirar dúvidas e retirar material impresso das aulas.

"Não consigo fazer as atividades online, então vi no jornal que as escolas iriam reabrir ontem e que eu poderia pegar apostilas com exercícios, mas vim aqui e ninguém aparece, estou tentando ligar e ninguém me atende", disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação negou que a escola estivesse fechada —apesar da reportagem constatar a situação. Por telefone, a assessoria de imprensa da SME disse que a escola ficou com portão fechado por segurança. Questionada sobre o motivo de o aluno não ter informação ou de a escola não atender o telefone, a pasta não respondeu.

Os alunos da Escola Municipal Frei Francisco Mont'alverne já começaram a ter aulas presenciais ontem. O rodízio tem sido feito por turma. Já na escola Assad Abdala, no Aricanduva, zona leste, apenas alunos que são filhos de profissionais dos serviços essenciais estão sendo aceitos. Os pais trabalham nas áreas de saúde, educação, assistência social, transporte público, segurança e serviço funerário.

Na escola Rafael Tobias de Aguiar, que atende crianças da Educação Infantil, um funcionário disse que as famílias devem conversar com a direção para saber se podem ou não levar o filho para aula presencial. A prioridade, segundo a Prefeitura, é para alunos de filhos de profissionais dos serviços essenciais ou em situação de vulnerabilidade.

Os alunos do EJA e do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos permanecerão com o ensino remoto no município.

Escolas particulares têm baixa adesão

No colégio Anglo São Paulo, o primeiro e segundo dia de aulas presenciais foi de baixa presença. Na segunda-feira, a escola registrou presença 3,3% dos alunos —a fase vermelha permite que as escolas funcionem com 35% da capacidade. Hoje, o índice subiu para 10%. O Anglo da Chácara Santo Antonio, na zona sul, recebeu 15% dos 35% que poderiam comparecer na unidade.

Já no Dante Alighieri, 38% dos autorizados para a aula presencial não estiveram na escola ontem.

As hipóteses levantadas pelas escolas para a baixa adesão são o medo e preocupação das famílias.

Entre os colégios consultados pela reportagem, o Santa Maria registrou a maior adesão. Na Educação Infantil, das 120 crianças matriculadas, 65 participaram das atividades presenciais, divididas na parte da manhã e tarde. No 1º ano do Fundamental, dos 159 alunos, 20 continuam no remoto, os outros se dividem em salas com até 7 estudantes —e revezam com as turmas do 2º ano.

Os colégios Equipe, Gracinha e Santa Cruz mantêm as atividades apenas online. A Camino School informou que retorna as atividades presenciais amanhã e o Bandeirantes estuda retornar no dia 19, após o período de provas.

A Escola da Vila abre em esquema de plantão amanhã e informou que irá avaliar o cenário.