Renascimento - As esculturas e a expansão pela Europa
Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis).
O maior escultor do renascimento foi Michelangelo. Até as pinturas desse artista possuem caráter escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Michelangelo começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca quaidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Veja:
Davi, Michelangelo (1501)
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com fortes influências da escultura romana.
Fora da Itália, o renascimento também teve força.
Flandres (Holanda): pintura a óleo
O renascimento flamengo esteve muito ligado ao desenvolvimento da pintura. Suas maiores preocupações eram a pesquisa dos materiais, o aprimoramento técnico e o esforço de fazer representações que parecessem naturais.
Foram os artistas flamengos que introduziram a técnica da tinta a óleo, iniciaram a pesquisa sobre perspectiva linear, inventaram a perspectiva aérea e desenvolveram os efeitos de cor, luz e brilho.
Temas urbanos, o interior das residências, das oficinas, palácios e templos eram os preferidos pelos pintores. Como em nenhum outro lugar, a pintura flamenga representa com autenticidade e crueza as disparidades sociais, mostrando o povo simples ao lado dos personagens sofisticados. O mesmo realismo que projeta os detalhes do luxo ressalta a dura opressão da miséria, da fome e do desamparo. Observe a pintura reproduzida a seguir:
Parte central do "Retábulo Portinari", de Hugo Van der Goes (1474-1476).
Os principais pintores flamengos foram o Mestre de Flemalle (1375-1444), os irmãos Jan (1390-1441) e Hubert (1366-1426) Van Eyck, Rogier Van der Weyden (1400-1484), Hugo Van der Goes (1420-1482), Hans Memling (1435-1494) e Hieronymus Bosch (1450-1516).
Na França: base na corte parisiense
O renascimento francês alcançou um elevado grau de elaboração em várias áreas das artes e da cultura. Sua base seria a corte parisiense onde os monarcas atuaram como mecenas (patrocinadoreS).
Alguns dos principais artistas no período foram Pierre Lescot (1510-1578), arquiteto, e Jean Fouquet (1420-1480) pintor.
Na Inglaterra: o teatro de Shakespeare
O renascimento inglês é bem mais tardio, se comparado ao italiano e ao flamengo. Só se torna marcante em 1485, com a consolidação do Estado nacional inglês.
Não houve nenhum desenvolvimento significativo nas artes plásticas. A produção cultural concentrou-se na música, na literatura e no teatro. Com esse último, a contribuição mais notável do Renascimento inglês foi o teatro elisabetano cujo maior expoente foi William Shakespeare (1564-1616).
Na Alemanha: gravuras de Dürer
Também nas terras germânicas o Renascimento aconteceu tardiamente, entre o final do século 15 e início do século 16. Na Alemanha, como aconteceu na Flandres, serviu de inspiração a vida burguesa das cidades que passavam por um intenso processo de enriquecimento.
A forma característica da criação artística alemã foi a gravura sobre metal ou madeira. O mais notável gravurista foi Albrecht Dürer (1471-1528). A leveza de seu traço permite a seus trabalhos transmitir com a mesma força uma sensação que passa por realismo e fantasia, naturalismo e magia.
"Adão e Eva", gravura de Albrecht Durer
Veja também
Renascimento: valores clássicos
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