Estudante terá desconto de até 90% para quitar dívida com Creduc

Os estudantes que usaram recursos do Creduc (Programa de Crédito Educativo) para pagar seus estudos terão descontos de até 90% para quitar o empréstimo. O objetivo da decisão, anunciada pela Caixa Econômica Federal nesta sexta-feira (05/03), é encerrar o programa, substituído pelo Fies (Programa de Financiamento Estudantil) em 1999. A medida deverá beneficiar cerca de 200 mil estudantes.

De acordo com a Caixa e com o MEC (Ministério da Educação), aqueles que não estão com os pagamentos em dia terão desconto de 80%. Já os estudantes que estão conseguindo pagar seus empréstimos em dia receberão um desconto maior, de 90%.

Segundo a Caixa, todos os interessados em renegociar seus contratos poderão procurar qualquer agência no dia 23 de março. A Caixa informou que os incentivos oferecidos buscam a quitação do saldo devedor, de maneira que os descontos serão aplicados sobre o total da dívida (vencida e a vencer) desses contratos.

Do total do saldo devedor, 62,41% dos contratos estão na faixa de até R$ 10.000, sendo 23,35% de até R$ 1.000. De acordo com a Caixa, o pagamento poderá ser feito à vista ou parcelado em até 12 meses - neste último caso, com descontos variáveis conforme o prazo de amortização.

Quando a opção for o parcelamento, o estudante deverá assinar um Acordo de Parcelamento, informou a Caixa Econômica Federal. Em caso de não cumprimento de alguma cláusula ou de atraso superior a 90 dias no pagamento das parcelas renegociadas, o acordo será cancelado, voltando o contrato a situação original, com o saldo devedor descontado do valor já pago.

Para renegociar o contrato, o beneficiário deverá comparecer a uma agência da Caixa com os documentos pessoais (RG e CPF) e comprovante de residência (para atualização dos dados cadastrais). Não será exigida comprovação de renda.

De acordo com o MEC, o Creduc já financiou, desde seu lançamento em 1975, mais de um milhão de estudantes. Hoje, existem 199.212 contratos ativos, com um valor total de R$ 2,1 bilhões. Do total de contratos ativos, 163.870 estão inadimplentes (84,24% do total de contratos em fase de amortização) - o equivalente a um montante de mais de R$ 1,5 bilhão.