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Grevistas de universidades federais fazem protesto em Brasília

Da Redação<br><br/> Em São Paulo

25/08/2004 17h22

Representantes do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) realizam nesta quinta-feira, às 10h, na UnB (Universidade de Brasília), um ato contra a medida provisória do governo que estabeleceu aos profissionais uma nova política salarial.

A categoria alega que a MP não atende seus princípios -extinção da GED (Gratificação de Estímulo à Docência), paridade entre ativos e aposentados e isonomia. Além disso, os grevistas alegam que a medida imposta pelo governo é distinta de qualquer proposta apresentada ao movimento.

Durante o ato, os manifestantes devem entregar a parlamentares e à sociedade um documento explicando a recusa pela medida imposta pelo governo e a decisão de manter a greve. A categoria também vai solicitar uma audiência com o ministro da Educação, Tarso Genro, para tentar reabrir as negociações.

A greve dos professores é parcial e atinge, até o momento, 15 universidades federais. As primeiras paralisaram suas atividades no último dia 5.

Medida provisória
Segundo representantes da categoria, a MP, em vez de extinguir as gratificações, introduziu novas normas para elas.

A GED teve seu limite máximo de pontos aumentado de 140 para 175. Os docentes afastados para qualificação e ocupantes de cargo com função gratificada passam a receber 91 pontos, desde que tenham suas atividades avaliadas.

Os aposentados que não puderam ser submetidos à avaliação pela média dos 24 meses anteriores à aposentadoria, deixam de receber um percentual do máximo (hoje 60%) para receber 91 pontos (equivalente a 65% do atual limite máximo de pontos). Porém, segundo a Andes, isso significa que, com o aumento da pontuação máxima de 140 para 175 pontos, os aposentados vão receber 52% -máximo permitido aos professores em atividade- em vez dos atuais 60%, o que criaria um degrau ainda maior entre esta categoria e o pessoal da ativa.

Servidores
Servidores técnico-administrativos das universidades federais se reuniram em assembléias pelo país na terça-feira (23/8) e nesta quarta-feira para decidir se encerram a greve que dura mais de dois meses. O resultado deve ser anunciado ainda nesta quinta-feira.

Segundo o coordenador da Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras), Edvaldo Rosas, a recomendação do comando de greve foi de aceitar a proposta feita no último dia 20 pelo governo de antecipar de julho para março de 2005 o pagamento do piso salarial de R$ 701,98 -hoje o piso é de R$ 492.

"A proposta original do governo, apresentada no dia 11, era de efeito financeiro a partir de 1º de julho de 2005, e nessa outra proposta nós queríamos para janeiro, mas conseguimos para março. O que significa um avanço", disse Rosa.