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Sinaes tem adesão de 80,6% das instituições de ensino superior, diz MEC

Da Redação<br><br/> Em São Paulo

01/09/2004 11h35

O ministro da Educação, Tarso Genro, e o presidente da Conaes (Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior), Hélgio Trindade, informaram que 80,6% das instituições de ensino superior, públicas e privadas, aderiram ao Sinaes (Sistema de Avaliação da Educação Superior). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (1/8).

A auto-avaliação institucional, a primeira de quatro etapas que compõem o sistema, começa nesta quarta, e terá duração de até dois anos. Além da auto-avaliação, o sistema prevê a avaliação por amostragem dos alunos no ingresso e no final do curso; e a avaliação dos cursos de graduação.

Para o ministro, ter mais de 80% de adesão, ao iniciar um processo de avaliação complexo como é o Sinaes, demonstra boa aceitação das instituições.

Das 2.124 instituições de educação superior, 1.712 aderiram ao processo de avaliação e estão se preparando para iniciá-lo, afirma Trindade. Os números, disse, representam 87,2% de adesão das instituições federais; 82,6% das privadas e 56% das estaduais.

Contra
As três universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) informaram ao Ministério da Educação que não se submeterão ao sistema.

A principal reclamação é em relação ao Enade (Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes) -uma das etapas da avaliação e que substitui o chamado Provão.

Para as universidades, o sistema é tecnicamente inconsistente. Os reitores não estão seguros sobre a amostragem de alunos a serem submetidos ao teste. No provão, todos os alunos deveriam fazer as provas, o que gerava um ranking nacional dos cursos.

Os cursos mal-avaliados corriam o risco de serem descredenciados. A visão deles é de que o processo está sendo "atabalhoado".

USP, Unicamp e Unesp estão entre as mais prestigiadas universidades brasileiras, com 130 mil estudantes.

Sistema
Para auxiliar as instituições públicas e privadas a construir a auto-avaliação, a Conaes elaborou um roteiro com três núcleos: um núcleo é comum a todas as instituições; outro aborda temas optativos que respeitam a individualidade da escola; e o terceiro enumera os documentos, dados e indicadores a serem utilizados durante o processo.

De acordo com Trindade, essas orientações devem ser entendidas como sugestões para que a CPA (Comissão Própria de Avaliação), de cada entidade, possa montar seu trabalho.

As instituições de ensino superior devem constituir a CPA, elaborar sua proposta de auto-avaliação e enviar à Conaes e ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) até 31 de dezembro. O objetivo dessa medida, segundo com Trindade, é verificar se as instituições estão compreendendo o funcionamento do processo.

Além desse acompanhamento, em setembro e outubro, a Conaes e o Inep vão realizar uma série de seminários em todas as regiões do país para discutir a aplicação do sistema e para esclarecer dúvidas dos dirigentes das instituições.

Com informações da Folha Online