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Justiça fecha laboratórios de medicina na Federal de Rondônia; havia cadáveres em decomposição

Do UOL, em São Paulo

04/03/2013 15h40Atualizada em 04/03/2013 16h21

A Justiça do Trabalho de Porto Velho determinou nesta segunda-feira (4) o fechamento de laboratórios dos cursos de medicina e enfermagem da Unir (Universidade Federal de Rondônia), após o MPT (Ministério Público do Trabalho) denunciar as condições precárias de conservação das salas na semana passada.

A Procuradoria entrou com ação civil pública contra a universidade depois de encontrar cadáveres em avançado estado de decomposição e formol com prazo de validade vencido em um dos laboratórios.

De acordo com a liminar concedida pelo juiz Carlos Antônio Chagas Júnior, da 2ª Vara do Trabalho de Porto Velho, as salas interditadas representam risco à saúde dos funcionários e alunos da Unir.

A decisão também determinou o fechamento de uma marcenaria, do laboratório de anatomia e uma sala construída em frente ao laboratório de medicina.

O juiz estabeleceu multa diária que varia de R$ 5 mil a 10 mil caso não sejam tomadas providências para solucionar os problemas de infraestrutura no campus da Unir, que incluem fiações expostas, acumulo de lixo e mato, cadeiras enferrujadas expostas, entre outros.

Procurada pela reportagem, a Unir afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que já acatou a decisão judicial e lacrou os laboratórios. A universidade afirma que promoverá as reformas dentro do prazo estabelecido pelo juiz, entre 15 e 30 dias, e que algumas das providências já foram tomadas.

Enquanto isso, os alunos dos cursos de medicina e enfermagem terão aulas teóricas.

Ocupação da reitoria

Essa não é a primeira vez que as más condições de conservação do campus da Unir chamam a atenção. No fim de 2011, um grupo de estudantes ocupou a sede da reitoria da universidade por mais de 50 dias para reclamar dos problemas de infraestrutura e denúncias de corrupção em uma fundação ligada à instituição.

Na ocasião, o UOL visitou a sede da Unir e constatou diversos problemas, incluindo a existência de formol vencido e um laboratório com riscos de explosão.

Em novembro de 2011, a ocupação culminou com a renúncia do então reitor da instituição, José Januário de Oliveira, que admitiu as dificuldades enfrentadas pela universidade, mas acusou os estudantes de promover um movimento político motivado pelo fato de ele ser homossexual.

Quatro meses depois, a universidade elegeu a professora Maria Berenice Alho da Costa Tourinho como sua nova reitora, tomando posse em maio do ano passado.

Sobre os problemas encontrados pelo MPT, a nova gestão da universidade alega que  ainda não teve tempo de solucionar todas as demandas recebidas da administração anterior.