Protesto fecha campus de federal no Pará e quer saída do reitor
Na tarde desta terça-feira, professores e estudantes da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) fecharam o campus Tapajós da instituição em manifestação que pede eleições para a reitoria e a saída do reitor José Lourenço Seixas.
Os manifestantes reclamam que a instituição, criada há mais de três anos, não tem um estatuto, o que permitiria a realização de eleições para a reitoria. Em entrevista ao UOL no dia 4 de abril, o reitor José Lourenço Seixas afirmou que o estatuto deve ser homologado no dia 6 de maio em reunião do Conselho Universitário.
O protesto, organizado pelo Sindufopa (sindicato de professores) e pelo DCE (Diretório Central de Estudantes), pede também a contratação de professores e a construção de laboratórios de pesquisa, salas de aula e restaurante universitário, explicou Heloise Sousa, membro do DCE.
A universidade, criada em 2009, ainda têm aulas dentro de um hotel por falta de espaço adequado para atender a todos seus estudantes.
Professores e estudantes fecharam campus Tapajós da Ufopa na tarde de terça-feira (17)
Mais sobre a Ufopa
Todos os 1.200 calouros que recebe a cada vestibular passam pelas 40 salas de aula que funcionam em conjunto com as atividades hoteleiras do locador, agências de viagem e até uma outra unidade universitária de uma instituição privada.
Outro problema da instituição é a falta de laboratórios em número suficiente para acomodar alunos e professores, o que provoca situações esdrúxulas. Caso emblemático é o do Laboratório de Sementes Florestais. No laboratório convivem –ou deveriam conviver— quatro professores e suas pesquisas. No entanto, a pesquisa com sementes florestais não pode ser feita, pois a pesquisa com fungos, locada em uma bancada vizinha, contaminaria as amostras.
Os problemas de infraestrutura da universidade afetam o trabalho dos professores, que começam a deixar a instituição. No curso de licenciatura integrada em história e geografia, dos 15 professores existentes, 6 ou já deixaram ou estão em processo de saída da Ufopa.
Os cursos de ciências econômicas e de farmácia são dois dos que têm sua continuidade ameaçada por falta de professor. Serão trazidos docentes de outras universidades federais para assumirem aulas nos próximos semestres, afirma o reitor José Seixas Lourenço, que confirma que as graduações passarão por uma reavaliação para saber se têm condições de seguirem ofertando vagas.
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