Por falha de informação, estudante fica sem curso desejado no exterior
Quando terminou sua graduação em arquitetura no Brasil, a estudante Lorena da Silva, 24, foi para a França fazer um estágio de seis meses em um escritório da área. A experiência foi positiva e ela quis voltar ao país para um curso de especialização voltado a artes plásticas.
Depois de obter todas as informações nos sites oficiais – o da universidade e o do governo francês –, a candidata a mestranda iniciou o processo de inscrição, que inclui envio de currículo e carta de motivação, projeto de estudos e projeto profissional, e a tradução juramentada dos diplomas e históricos escolares dos cursos realizados no Brasil.
Mesmo aprovada pela instituição, Lorena não obteve o visto de estudante necessário para ficar na França durante o tempo do curso. “O problema é que minha escola [na França] ainda estava em processo de se credenciar no Ministério da Educação e no da Cultura, e eu nunca soube disso”, afirma. O credenciamento da instituição do candidato é um dos pré-requisitos para a obtenção do visto de estudante de um ano. Agora, a arquiteta está tentando obter aprovação em outro mestrado – esse credenciado.
O caso de Lorena não é raro: muitos estudantes acabam vendo suas expectativas de estudar no exterior frustradas por falta de informação – ou porque as informações oferecidas não são bastante claras.
Foi o que enfrentou o engenheiro Breno Brigatto, 37. Após se formar em engenharia eletrônica pela Unip, em 2011, Breno Brigatto decidiu fazer um mestrado (Master of Science) numa instituição da Inglaterra. Após gastar cerca de R$ 8.000 --R$ 2.000 apenas com as traduções juramentadas e R$ 6.000 em passagens aéreas --, ele foi informado, já no exterior, que não a instituição não o aceitaria.
Ele relata que a universidade justificou a "reprovação" por causa das suas notas -- ele precisava de média 8 e tinha 7,8
A situação passada por Brigatto é similar à que foi enfrentada pela jornalista Christina Stephano de Queiroz, 33. Quando chegou à Universidade de Barcelona (Espanha) em 2006, ela descobriu que o curso pretendido havia sido cancelado. “Tinha pedido demissão do meu emprego e feito as malas, não queria voltar para o Brasil de mãos vazias”, diz. Buscou na própria universidade outro curso no qual ela pudesse se matricular e que fosse de seu interesse e acabou morando no exterior durante cinco anos.
O projeto iniciado na Espanha como um “plano B” deu frutos no Brasil. Hoje, Christina é bolsista de um doutorado na Universidade de São Paulo na área de literatura árabe. Ela considera o saldo final positivo. Mas aconselha quem pensa em seguir o mesmo caminho a ligar para a instituição e falar com os responsáveis pelo curso.
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