Alunos pedem explicação sobre vinhos encontrados na reitoria da Unicamp
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) cobrou da direção da universidade informações sobre a presença de uma caixa com vinhos franceses no gabinete da reitoria da instituição. A bebida foi encontrada por estudantes que ocupam o prédio no sábado (5) e a imagem dos vinhos foi postada na rede social Facebook.
A Unicamp informou que os vinhos foram comprados por funcionários e seriam consumidos em uma confraternização de fim de ano fora do campus, tendo sido deixados na reitoria, por questão de segurança, devido a uma impossibilidade momentânea de transportá-los para fora da instituição.
O regimento interno da Unicamp proíbe o consumo de bebidas dentro dos campi. O grupo que encontrou as bebidas ocupa a sede da reitoria desde quinta-feira (3) para protestar contra a permissão concedida pela reitoria para que a Polícia Militar patrulhe dentro dos campi da Unicamp.
“Queremos ouvir o que o reitor tem a dizer, já que o consumo de bebida é proibido”, disse a coordenadora do DCE Diana Nascimento. "Não interessa quanto custa os vinhos, porque raios uma reitoria vai ter uma adega, sendo que é proibida a entrada e consumo de álcool dentro do campus?", questionou a estudante Renata Santos.
No Facebook, na página Ocupação Unicamp 2013, mantida pelos alunos, eles colocaram uma foto com as bebidas, além de vídeos onde o tema é debatido.
“Estamos com uma bela safra de vinhos franceses no estoque de nossa charmosa adega instalada na reitoria da Unicamp. Portanto, gostaríamos de convidar a todos para uma visita e apreciação destes produtos ostentosos e exuberantes que possuem grande importância para que nosso REItor mantenha sempre sua auto estima elevada”, informou a página, em sátira à direção da Unicamp.
“Lembramos que o consumo de bebida alcoólica no campus dentro da universidade é proibido. A bebida alcoólica no campus nos remete à questão de festas. As festas nos remetem à questão da segurança, que, por sua vez, nos leva diretamente à questão sobre a PM no campus. Será a PM sinônimo de segurança?”, disseram dois estudantes, em um vídeo também disponibilizada pelo perfil dos ocupantes da Unicamp.
Ocupação
Os estudantes devem definir, em assembleia a ser realizada hoje (7), se continuam com a ocupação da reitoria. Eles reivindicam, entre outros pontos, o fim do patrulhamento da PM na Unicamp, além de dois outros pontos com representantes da reitoria: o não-indiciamento dos organizadores da invasão e dos responsáveis pela festa clandestina, ocorrida no dia 21 de setembro, na qual o estudante Denis Papa Casagrande, 21, morreu esfaqueado, e a realização de audiência pública para debater uma proposta alternativa de segurança no campus.
A reitoria informou que a sindicância interna para apurar o caso não tem caráter punitivo e que só os responsáveis diretos pela morte do estudante poderão receber punições. Também descartou punições aos responsáveis pela ocupação, desde que o prejuízos eventuais sejam bancados pelo DCE.
Sobre a questão da PM, a reitoria se comprometeu a debater a questão nas instâncias representativas da universidade. A direção disse ainda que, mesmo com uma ordem judicial de reintegração de posse já expedida pela Justiça, irá tentar esgotar todas as formas de diálogo antes de utilizar a força para retirar os alunos.
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