Após reunião com o ministro, alunos da Gama Filho desocupam o MEC
Cerca de 50 alunos deixaram por volta 20h desta terça-feira (7) o prédio do MEC (Ministério da Educação), ocupado desde as 10h30. Eles pediam uma intervenção do ministério na Universidade Gama Filho, administrada pela Galileo Educacional.
No ano passado, alunos e professores fizeram uma greve para pedir melhorias e cobrar o pagamento de salários. Desde dezembro do ano passado, a Gama Filho e a UniverCidade, também gerida pela Galileo, estão impedidas de realizarem vestibulares e transferências para ingressos de novos estudantes.
Diante do impasse, um grupo de estudantes entrou no MEC e ocupou o saguão do prédio na manhã de hoje. Durante a tarde, eles chegaram a ser recebidos por representantes do MEC, mas ainda cobravam uma reunião com o ministro Aloizio Mercadante, o que aconteceu na noite de hoje.
No encontro, o ministro disse que as universidades apresentaram uma defesa ao MEC, que está analisando as condições das duas instituições. Entre as medidas que podem ser tomadas está o descredenciamento das universidades e a transferência dos alunos para outros estabelecimentos.
A reunião ainda terminou com o compromisso de que uma comissão --composta por cinco membros do MEC, sete representantes dos alunos (três da Gama Filho e três da UniverCidade) e um representante da UNE-- vai acompanhar o processo das instituições. A primeira reunião do grupo ocorrerá na próxima semana. Após o acordo, os alunos deixaram o interior do prédio.
Estudantes e professores também realizaram no fim da tarde de hoje uma passeata no centro do Rio de Janeiro.
Entenda a crise
A crise que atinge duas das maiores redes de ensino superior privado do Rio de Janeiro - UniverCidade e Gama Filho - se agravou em 2012. Na época, o grupo Galileo demitiu 410 profissionais de educação. Muitos dos professores demitidos ainda não receberam o dinheiro referente à rescisão de contrato. Juntas, as duas instituições têm dívidas no valor de R$ 900 milhões, segundo a Galileo Educacional.
Em dezembro do ano passado, o MEC suspendeu os processos seletivos da UniverCidade e da Universidade Gama Filho. Em agosto, os vestibulares já haviam sido suspensos nas duas instituições, mas foram autorizados novamente em outubro.
O ministério também determinou a instauração de um processo administrativo para a aplicação de penalidades, já que as duas instituições teriam descumprido termos de saneamento de deficiências firmados com o MEC.
Em julho, alunos da Gama Filho chegaram a ocupar a reitoria da instituição reivindicando a saída da Galileo Educacional do controle da instituição.
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