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MEC suspende entrada de novos alunos na Gama Filho e na UniverCidade

30.jul.2013 - Alunos mantém ocupação da reitoria da Universidade Gama Filho - Reprodução/Facebook Camed - Gama Filho
30.jul.2013 - Alunos mantém ocupação da reitoria da Universidade Gama Filho Imagem: Reprodução/Facebook Camed - Gama Filho

Do UOL, em São Paulo

02/08/2013 13h11Atualizada em 02/08/2013 18h21

O MEC (Ministério da Educação) decidiu suspender a realização de processos seletivos Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade - as duas instituição são mantidas pela Galileo Educacional e ficam no Rio de Janeiro. A suspensão, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2), vale para novas vagas, transferências e pós-graduação. 

Segundo o texto, as medidas foram tomadas porque a Galileo descumpriu compromissos assumidos no curso do processo. "A presente medida cautelar incide sobre todos os cursos presenciais e a distância das Instituições de Educação e deverá vigorar até que se comprove, por meio de documentos hábeis, a retomada dos ajustes financeiros trabalhistas firmados, bem como a apresentação de garantias idôneas de disponibilidade financeira da entidade mantenedora, suficiente para cumprimento dos compromissos acordados com o corpo docente e administrativo das entidades mantidas", informa o despacho. 

De acordo com a publicação do MEC, ficou definida a suspensão imediata de processos seletivos para admissão de alunos em vagas iniciais, a admissão de novos alunos em seus cursos de graduação por meio de transferência e/ou qualquer outra forma de ingresso prevista na legislação e a admissão de novos alunos em cursos de pós-graduação lato sensu. 

Outro lado

Em nota, a Galileo Educacional informa que o dinheiro da inscrição do vestibular será devolvido aos que não quiserem aguardar o fim das negociações com o Ministério da Educação. O ressarcimento pode ser solicitado na Central de Relacionamento (telefone 0800 606 9999) ou no próprio local onde a inscrição foi feita.

"Lamentamos ter chegado ao ponto de precisar atrasar os salários, mas isso aconteceu devido a uma inesperada alta taxa de inadimplência ocorrida em junho deste ano, quando 40% dos alunos atrasaram o pagamento de suas mensalidades. Isso desequilibrou ainda mais o nosso fluxo de caixa e atrapalhou o processo de recuperação em curso", afirmou Alex Porto, presidente do grupo Galileo, em nota.

"Nossa prioridade agora é equacionar a questão salarial, o que deve acontecer em setembro. O Grupo Galileo enviou um plano de aporte financeiro ao MEC, com garantias reais para resolver, ainda este ano, todas as questões salariais e também para a reestruturação acadêmica das instituições". 

Como melhoria no curso de medicina, o grupo ainda afirma que será inaugurado, na semana que vem, um novo hospital para cenário prático na área de traumatologia, na Barra da Tijuca. 

Estudantes fazem greve

Cerca de 150 alunos da Universidade Gama Filho ocupam há mais de 15 dias o gabinete da reitoria da instituição. Eles pedem a intervenção do MEC na instituição em razão do que consideram má gestão da mantenedora da universidade.

Confira como foi a ocupação da reitoria da Gama Filho

Os estudantes também protestam contra a falta de infraestrutura e as altas mensalidades e pedem também a regularização do pagamento dos professores.

Crise se agravou em 2012

A crise na Universidade Gama Filho e na UniverCidade se agravou em 2012. Cerca de 600 professores foram demitidos, segundo informações do sindicato. O grupo Galileo confirma 410 profissionais de educação mandados embora. Muitos dos professores demitidos ainda não receberam o dinheiro referente à rescisão de contrato.

Em abril, professores da Gama Filho e UniverCidade cruzaram os braços em uma greve que durou cerca de um mês.  Em maio, foi a vez dos alunos protestarem. Cerca de mil estudantes fizeram manifestação no campus da Gama Filho na Piedade, bairro da zona norte do Rio, contra a falta de infraestrutura da unidade e a demissão de professores e aumento das mensalidades.

O Grupo Adenor Gonçalves adquiriu o controle da Galileo Educacional em outubro de 2012. No início de 2013, mais 70 professores foram demitidos.  No início do ano letivo os alunos da Gama Filho enfrentaram uma greve que se arrastou por cerca de 30 dias, provocando mais um atraso no calendário letivo.