Ufop é pichada após evento da calourada da "Oficina de Siririca"
O prédio do ICSA (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas) da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) teve suas paredes pichadas na madrugada de quinta para sexta-feira (19) no município de Mariana, interior de Minas Gerais.
As pichações eram de frases em defesa da liberdade sexual e de expressão -- em alguns casos com palavras obscenas. Na noite de quinta, havia um sarau cultural planejado na semana de recepção dos calouros e o vandalismo ocorreu depois desse evento. Havia uma intervenção prevista no evento.
A reportagem apurou que a ação havia sido autorizada pela direção do Instituto, mas que saiu do controle.
Esta semana, um outro evento da calourada chamou a atenção se tratar de uma roda de conversa sobre masturbação feminina ("Oficina de Siririca"), organizada pelo centro acadêmico de serviço social da Ufop.
Críticas
A estudante de jornalismo, Anna Gonçalves, 19 anos, criticou a atitude dos colegas. “Não consigo entender como dizeres de baixo calão podem transmitir uma mensagem de liberdade de pensamento”, disse a estudante.
“Todos ficamos chocados com o que vimos. Parece que escreveram coisas piores, teve até pintura durante a noite para escondê-las”, afirmou a funcionária técnica-administrativa Tatiana Hundrel Diastor Silva.
Para amenizar a situação, durante a madrugada, um funcionário da vigilância, por iniciativa própria, resolveu apagar os palavrões pichado pelos alunos. “Enquanto ele pintava dizia que a Ufop não se manifestou, mas que era uma falta de respeito com a população, que ninguém era obrigado a ver as baixarias escritas na parede e que ali é uma área de muito movimento de crianças”, comentou uma estudante que preferiu não se identificar.
Outro lado
Por meio de sua assessoria, a direção do ICSA (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas) divulgou nota de esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas pela Calourada Vermelha e centro acadêmico do curso de Serviço Social. No documento, assinado pela diretora em exercício, Juçara Gorski Brittes, o instituto pede desculpas às comunidades (marianense, acadêmica e todos que se sentiram ofendidos pelos textos registrados nas paredes do ICSA).
"A diretoria do ICSA compreende o pluralismo de ideias que existe dentro da Universidade, que é considerado democrático. E acredita, também, que se o movimento foi considerado excessivo, tem a virtude de estabelecer o debate sobre liberdade de expressão".
A direção do ICSA informa, ainda, que foi providenciada a exclusão dos textos na parede frontal e que será realizado um debate para tratar do tema. A discussão será promovida em data e horário a ser definido.
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