USP tem 8 dos pesquisadores mais influentes do mundo; Brasil totaliza 17
A Universidade de São Paulo (USP) possui oito pesquisadores entre os mais influentes do mundo, apontou a edição de 2024 do levantamento anual Highly Cited Researchers da consultoria acadêmica Clarivate Analytics.
O que aconteceu
Brasil conta com 17 cientistas no total. A lista reconheceu 6.636 estudiosos internacionais, que são considerados entre os mais influentes do mundo
Publicações e citações dão destaque a eles. Os pesquisadores são escolhidos por terem os maiores números de trabalhos publicados no último ano, maior número de citações em trabalhos de outros colegas, maior número de patentes, entre outras métricas de produtividade e liderança na comunidade acadêmica.
USP lidera em número de pesquisadores de alto rendimento no país. No entanto, outras instituições brasileiras foram citadas no levantamento:
- Universidade Federal de Viçosa (UFV), em MG;
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), todas no RS;
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Fundação Oswaldo Cruz (Friocruz), ambas no RJ.
- Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo.
Todas elas possuem um representante cada. O Hospital Israelita Albert Einstein, em SP, ainda divide um pesquisador com a USP.
Quem são os pesquisadores da USP na lista internacional?
Pedro Henrique Santin Brancalion
Professor associado do Departamento de Ciências Florestais da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), ele é o vice-coordenador do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências. Brancalion pesquisa o manejo e restauração de florestas tropicais de forma economicamente viável e com inclusão social, para a coexistência entre florestas, agricultura e pecuária.
Jean-Claude Moubarac
Atualmente atuando primariamente no Centro de Saúde Pública da Universidade de Montreal, no Canadá, como professor e parte do Transnut, um grupo de pesquisa da Organização Mundial de Saúde sobre transição nutricional, Moubarac mantém seu vínculo como colaborador o Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP), onde participou do programa de pós-doutorado em nutrição entre 2011 e 2014. Ele ainda integra o conselho do sistema alimentar de Montreal.
Geoffrey Cannon
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Quero receberEspecialista em saúde pública e em políticas internacionais em alimentação e nutrição, colabora com o projeto Nova de classificação de alimentos ultraprocessados. É membro da equipe da Faculdade de Saúde Pública responsável pelo Guia Alimentar, do Ministério da Saúde. Foi editor-fundador, designer e colunista da revista World Nutrition.
Renata Bertazzi Levy
É pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Tem experiência na área de saúde coletiva, com ênfase em epidemiologia, estudando tópicos como consumo de alimentos, inquéritos sobre dietas, ambiente alimentar e sustentabilidade.
Maria Laura da Costa Louzada
Doutora em nutrição e saúde pública pela USP, é professora do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) sobre os efeitos do ultraprocessamento de alimentos na saúde humana. Além disso, ela é editora associada da Revista de Saúde Pública e da Revista Brasileira de Epidemiologia.
Carlos Augusto Monteiro
Professor da Faculdade de Saúde Pública, esta é a quinta aparição consecutiva do professor Carlos na lista, segundo a USP. Um dos criadores da classificação Nova, que definiu os alimentos ultraprocessados, ele também investiga aleitamento materno e mortalidade infantil em países em desenvolvimento, além da criação de indicadores para a avaliação do estado nutricional de populações.
Raul Dias dos Santos Filho
Pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein da área de prevenção de doenças cardiovasculares, Raul é professor do departamento de cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP, onde também atua como diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor).
Eurídice Martínez Steele
Graduada em biologia pela Universidad Autónoma de Madrid, mestra em epidemiologia pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e doutora em nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP, a pesquisadora atualmente investiga relações entre o consumo de alimentos ultraprocessados (e a qualidade da dieta) às consequências para a saúde humana.
Os outros representantes de instituições brasileiras
José Marengo
O pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, é formado em física e meteorologia pela Universidade Nacional Agrária, do Peru, e tem pós-doutorado em modelagem climática pelo Goddard Institute for Space Studies, da NASA. Marengo já participou de painéis das Nações Unidas, é um prolífico estudioso e atua como editor dos periódicos International Journal of Climatology e Anis, da Academia Brasileira de Ciências.
Albert Icksang Ko
Atualmente professor da Universidade Yale, nos EUA, o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia coordena um programa de pesquisa no Brasil que estuda o papel da marginalização social e urbana, além do clima, no crescimento de doenças infecciosas. Ele já estudou e implementou formas de controle de epidemias de meningite, leptospirose, dengue, zika, além de ter participado do combate à covid-19 no país.
Cesar Gomes Victora
Professor emérito de epidemiologia da UFPel, o pesquisador e consultor atuou em mais de 40 países, assessorando a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef nas áreas de saúde e nutrição materno-infantil, amamentação, cortes de nascimento, desigualdades sociais e avaliação de programas de saúde. Em 2024, ele ainda se tornou membro da Royal Society, academia de ciências ligada à coroa britânica.
Francisco Murilo Zerbini
O estudioso da Universidade Federal de Viçosa, que é professor de pós-graduação em fitopatologia, estuda a ecologia e evolução de vírus de seu ambiente entre plantas silvestres até a chegada a plantas cultivadas, causando doenças. Ele é engenheiro agrônomo de formação pela UFV e tem doutorado em patologias de plantas pela Universidade da Califórnia-Davis.
Bernardo Baeta Neves Strassburg
Economista com mestrado em planejamento ambiental e doutor em ciências ambientais, Bernardo estuda a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, especialmente nos ecossistemas amazônicos. Ele é diretor-executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), professor assistente do departamento de geografia e meio ambiente da PUC-Rio e colaborador do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio).
Felipe Barreto Schuch
Licenciado em educação física, e posteriormente psiquiatra pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o professor adjunto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é coordenador do grupo de pesquisa em exercício físico e saúde mental. Além disso, ele é membro da força-tarefa em exercício físico e nutrição para o transtorno do humor bipolar da Sociedade Internacional para Transtornos Bipolares, e da força-tarefa em medicina do estilo de vida para depressão da Federação Mundial de Sociedades de Psiquiatria Biológica.
Carlos Barrios
Pesquisador do Grupo Oncoclínicas e Hospital São Lucas da PUC-RS, o médico oncologista também dirige o CPO (Centro de Pesquisa em Oncologia) da instituição, onde investiga principalmente cânceres de mama e de pulmão. Ele também é diretor do Grupo Latino Americano de Investigação Clínica em Oncologia (LACOG) e professor adjunto da Universidade de Miami.
Mauro Galetti
O biólogo com doutorado e pós-doutorado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, é professor titular da Unesp e colaborador do Kimberly Green Latin American and Caribbean Center da Universidade Internacional da Flórida, nos EUA. Mauro já venceu o Jabuti Acadêmico pelo livro "Um Naturalista no Antropoceno". Ele ainda é editor-chefe do periódico Global Ecology and Conservation e o curador do maior banco de dados de biodiversidade da Mata Atlântica (Atlantic Data Papers). Seu foco de estudo é o impacto humano na fauna, e como a extinção ou redução de animais silvestres influencia ecossistemas.
Brasileira na França
A lista ainda cita Ana Beatriz Lopes de Sousa Jabbour, mas como afiliada à EM Normandie Business School, da França. Jabbour é doutora em engenharia de produção e também trabalha com a Unip (Universidade Paulista).
Quais são as instituições na liderança mundial?
1ª: Academia Chinesa de Ciências, na China: 308 pesquisadores
2ª: Universidade Harvard, nos EUA: 231
3ª: Universidade Stanford, nos EUA: 133
4ª: Universidade Tsinghua, na China: 92
5ª: Instituto Nacional de Saúde, nos EUA: 90
6ª: Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA: 76
7ª: Universidade de Oxford, no Reino Unido: 61
8ª: University College London, no Reino Unido: 60
9ª: Sociedade Max Planck, na Alemanha: 56
10ª: Universidade da Califórnia/San Diego, nos EUA e Universidade de Hong Kong, em Hong Kong: 55
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