Estudantes fecham o cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima em SP
Estudantes secundaristas fecharam, por volta das 8h40 desta terça-feira (22), o cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima, na zona oeste de São Paulo. Eles protestavam contra a máfia da merenda e o fechamento de salas da rede estadual de São Paulo.
Às 9h, o trânsito foi interrompido nos dois sentidos da avenida Rebouças. Na Faria Lima, o bloqueio era no sentido Itaim Bibi. Cerca de 20 minutos depois, as vias foram liberadas.
O ato começou por volta das 7h na estação Butantã da linha 4-amarela do metrô. Em seguida, o grupo caminhou pela avenida Eusébio Matoso até o cruzamento com a avenida Faria Lima.
Depois de deixarem o cruzamento, os estudantes se dirigiram até a Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada na avenida Pedroso de Moraes, em Pinheiros, mas não conseguiram entrar.
A Secretaria da Educação de SP informou que está aberta ao diálogo com os estudantes. Também disse que as aulas ocorreram normalmente nesta terça na Escola Fernão Dias Paes.
Contra fechamento de salas
Na Escola Estadual Professor Antônio Alves Cruz, no Sumaré, os alunos pularam a cerca e abriram um portão lateral. Os participantes do protesto ocuparam um pátio lateral onde gritaram palavras de ordem e interagiram com os estudantes que estavam em aula.
"No ano passado, a gente lutou contra o fechamento das escolas e o [governador Geraldo] Alckmin disse que não ia fechar nenhuma escola. Mas nós começamos o ano com várias salas fechadas, várias salas superlotadas", reclamou o estudante Cauê Borges, de 17 anos.
No ano passado, o processo de reorganização escolar, que previa o fechamento de 93 escolas e afetaria 311 mil alunos, foi suspenso. A decisão de interromper o programa veio após uma série de protestos e a ocupação de 200 estabelecimentos de ensino pelos estudantes.
Desvios na merenda
Os problemas com a merenda também foram objeto do protesto. "Muitas escolas estão só com merenda seca: bolacha e suco. Não dá para estudar desse jeito", enfatizou Cauê.
A Operação Alba Branca, do Ministério Público Estadual (MP), investiga os desvios na compra de alimentos para alimentação de alunos da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos na ação policial foram citados agentes públicos como o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, que já foi secretário de Agricultura.
De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina. A cooperativa mantinha contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, e um contrato com o governo estadual. A empresa também é investigada por fraudar a modalidade de compra "chamada pública", pois ela pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. A cooperativa, por sua vez, segundo o Ministério Público, adquiria mercadorias também de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.
*Com informações da Agência Brasil
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