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PM usa gás de pimenta em estudantes antes de CPI da Merenda ouvir Capez

Janaina Garcia e Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

14/09/2016 10h53Atualizada em 14/09/2016 12h29

A Polícia Militar de São Paulo utilizou gás de pimenta para retirar alunos secundaristas que tentavam assistir à sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Merenda, nesta quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa de São Paulo (zona sul da capital). O uso da arma química ocorreu depois de um empurra-empurra para entrar na sessão, que aconteceria no plenário Dom Pedro I. Com o gás, um aluno passou mal e precisou de atendimento no local. Outro foi detido por agressão a uma policial e levado para o 36º DP (distrito Policial), na Vila Mariana.

Para hoje, está agendado o depoimento do presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), um dos principais investigados da Máfia da Merenda na Operação Alba Branca, do Ministério Público e da Polícia Civil.

No dia em que Capez depõe, CPI da Merenda tem intervenção da PM e confusão

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Segundo um funcionário que pediu para não se identificar, alguns estudantes tentaram barrar a entrada dos membros da CPI no Plenário. Com a confusão, a PM lançou spray de pimenta e retirou todos os manifestantes e a imprensa do local. De acordo com a Polícia Militar, além da PM, outro policial teria sido ferido pelos manifestantes.

Já a liderança do PT na Casa informou, por meio da assessoria, que os alunos, acampados do lado de fora desde ontem à noite, tentaram entrar para acompanhar a sessão, hoje cedo, mas foram barrados por um grupo de assessores e outras pessoas ligadas ao PSDB que alegaram ter chegado antes ao local. Um deputado petista, Alencar Braga, foi empurrado e segurado por policiais na confusão.

Presente à Alesp com representantes de movimentos sociais, o coordenador da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, reforçou a versão de que supostos correligionários de Capez teriam tido a entrada facilitada para ocupar as vagas na plateia da CPI.

"Visivelmente a Casa conseguiu atrair para assistir à sessão o pessoal que defende o Capez -- os alunos estavam na entrada principal desde ontem às 23h e ninguém passou por ali. Quando chegamos, às oito da manhã, já havia duas filas dessas pessoas no acesso ao plenário Dom Pedro I", afirmou Bonfim. "A PM usou uma bomba de gás que fez algumas pessoas passarem mal, dá ânsia, enjoo. Isso fez os ânimos, que já estavam exaltados, ficarem ainda mais tensos", disse.

Às 11h, a sessão da CPI já havia sido retomada. "Uma minoria" de alunos e líderes de movimentos, segundo o coordenador da Frente, conseguiu entrar para acompanhar a sessão.