Nota do Enem pode servir até em concurso e intercâmbio; conheça outros usos
Já pensou em usar sua nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para conseguir um emprego? Em alguns concursos públicos, isso é possível --e a remuneração média pode variar de R$ 2 mil até cerca de R$ 6 mil.
Pelo menos três concursos no país utilizam a nota do Enem como parte da seleção dos candidatos. Um deles é o concurso público para o CFO (Curso de Formação de Oficiais) da Polícia Militar da Paraíba, que usa a nota do exame como uma espécie de primeira fase do processo seletivo desde 2013.
“Tem muito ganho para nós e também para os próprios candidatos, que normalmente já estão estudando para o Enem”, afirma o Tenente Coronel Hélio de Araújo, diretor de gestão de pessoas da PM paraibana.
Ele explica que o Enem passou a ser adotado após a extinção do vestibular da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), prova que fazia antes a seleção dos candidatos. Como a universidade decidiu aderir ao Sisu (Sistema de Seleção Unificada), a PM optou por seguir o mesmo caminho e utilizar a nota do Enem em seu processo seletivo.
Apesar de o concurso não exigir um desempenho mínimo no exame, Araújo destaca que as notas costumam ser altas devido à concorrência, que é grande: no ano passado, 1.904 candidatos se inscreveram para disputar 30 vagas --o que equivale a mais de 60 interessados por cada posto. Para a seleção, é considerada a média aritmética entre as notas de cada uma das provas do Enem.
“No total, contamos cinco fases [de seleção]. A primeira é a intelectual, que é o Enem. Depois, vêm o exame psicológico, o exame de saúde, o exame de aptidão física e uma avaliação social”, conta Araújo.
O processo é semelhante para a seleção de candidatos ao CFO do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, que utiliza o desempenho dos candidatos no Enem como primeira fase do processo desde 2014.
Em Minas Gerais, a prova do Enem é a primeira das duas fases de seleção do concurso público para o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental da Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão) desde 2015. Para participar, o candidato deve obter no mínimo 350 pontos em cada uma das provas objetivas e 500 pontos na redação.
Já no Rio Grande do Sul, a Brigada Militar anunciou, em março deste ano, que pretende adotar o Enem como forma de ingresso de seus soldados. Mas, até o momento, nenhum concurso foi realizado.
Enem para quê?
Criado para avaliar o conhecimento dos estudantes no fim do ensino médio, o Enem foi ganhando outras funções com o passar do tempo.
As mais conhecidas delas são o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), o Prouni (Programa Universidade Para Todos) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
Mas o exame pode abrir também outras portas: entre elas, a entrada em universidades portuguesas ou em cursos de língua estrangeira. Saiba mais sobre cada uma dessas possibilidades:
Sisu: oferece vagas em instituições públicas de ensino superior para candidatos participantes do Enem. Para participar, o candidato deve ter feito o Enem no ano anterior, sem zerar a nota da redação.
Prouni: concede bolsas parciais ou integrais em faculdades privadas. Para participar, o candidato deve ter feito o Enem a partir de 2010, com desempenho mínimo de 450 pontos nas provas objetivas e sem zerar a nota da redação.
Fies: oferece o financiamento das mensalidades de instituições particulares de ensino superior. A partir de 2018, o Fies terá três modalidades de funcionamento, que variam tanto em critério de renda como em taxa de juros.
Intercâmbio em Portugal: desde 2014, quando foi firmado um acordo entre Brasil e Portugal, as instituições portuguesas aceitam a nota do Enem como forma de seleção para candidatos brasileiros. Hoje, 26 instituições portuguesas aceitam as notas do exame.
Idiomas sem Fronteiras: o Enem é utilizado como um dos critérios de participação para alunos de graduação de universidades particulares no Idiomas sem Fronteiras, programa do MEC (Ministério da Educação) que oferece cursos online e presenciais de línguas estrangeiras como alemão, espanhol, francês e inglês. Para participar, esses alunos devem ter obtido mais de 600 pontos nas provas do Enem realizadas a partir de 2009.
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